REDUÇÃO DE TRIBUTOS PARA REDUÇÃO DO CUSTO DE VIDA
08-03-2025
Nos manuais de teoria econômica são encontradas explicações
verbais e gráficas de como os impostos contribuem para os aumentos de preços,
como a inflação é definida como aumento geral do nível de preços, a questão é
onde atacar? Sem dúvida, geralmente, a cesta de bens e serviços que tem a maior
influência no processo inflacionário é a dos alimentos. Mas, onde atacar, no
mercado doméstico ou mundial? Ou em ambos? O governo federal incumbiu o
vice-presidente e o ministro da casa civil para reunir-se com associações
nacionais da área alimentícia, decidindo que nove produtos teriam tributos
reduzidos. No entanto, somente poderão ser praticados depois de serem aprovadas
pela Câmara de Comércio Exterior. Assim, os produtos abaixo referidos poderão
ficar mais baratos para a sociedade. Entretanto, concorreram com aqueles produzidos
pelas empresas nacionais. Não se garantem as reduções porque os preços são
livres nos mercados específicos. Em tese, poderá ocorrer reduções de preços.
Porém, não está garantido isto, visto que há perspectivas represadas.
Os alimentos que poderão ter os impostos zerados são: azeite,
hoje com 9%; milho, atuais 7,2%; óleo de girassol, 9%; sardinha, 32%; biscoitos,
16,2%; macarrões, 14,4%; café, 9%; carnes, 10,8%; açúcar, 14%. A cota de
importação do óleo de palma subirá de 65 mil toneladas para 150 mil toneladas.
Por seu turno, o governo anunciou o fortalecimento dos estoques reguladores da
Companhia Nacional de Abastecimento, visando evitar desabastecimento ou
especulações em geral.
Observe-se que as alíquotas sobre alimentos são bem mais
baixas do que sobre energia elétrica, combustíveis, lubrificantes, automóveis,
dentre outros, os quais são as maiores fontes de receitas do governo e este nem
pensa em reduzir. Pelo contrário, restabeleceu desde 2023 o retorno de tributos
sobre combustíveis, lubrificantes e derivados. Por seu turno, os estados
federados elevaram bastante o ICMS, além de elevarem também os preços de água e
de luz. Estes são preços administrados pelos governos, tendo forte influxo na
formação dos preços alimentícios, antes de irem para o consumidor final.
Mário Henrique Simonsen, que já foi ministro da área
econômica, célebre pensador econômico e político no período da ditadura militar
(1964-1984), além de professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em seus textos
sobre inflação monetária, publicados também pela FGV, define a inflação como a
incompatibilidade da política distributiva dos governos. Vale dizer, a economia
definida em três setores, famílias, empresas e governos, cada um setor fica com
sua fatia da renda interna bruta, mas é o governo que cada vez mais quer se
apropriar dos incrementos da renda nacional e referidos incrementos se refletem
no nível geral de preços, atuais e futuros.
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