SISTEMA DE ESPECTATIVAS DE MERCADO

 

11-03-2025


O Banco Central realiza semanalmente, desde o ano 2.000, pesquisa com cerca de cem instituições financeiras, acerca de, pelo menos, as projeções de quatro grandes agregados macroeconômicos: Inflação, PIB, taxa básica de juros e valor do dólar comercial, visando obter as medianas do Sistema de Expectativas de Mercado.

O dado mais discutido pelos analistas do mercado financeiro é o que porque a inflação tem ficado bem distante, para cima, daquela política econômica apregoada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que tem mantido suas expectativas de que o centro da meta esteja em 3,0%, admitindo viés de baixa de 1,5% (viés, este, que está de fora de cogitação há muitos anos) ou de alta de 1,5%, dentro do intervalo de 1,5 e 4,5%. Vendo a situação mais recente, em 2024, a inflação oficial ultrapassou este número de 4,5%, bem como o mercado financeiro está projetando que, no acumulado de 12 meses de 2025, a inflação ficará em 5,68%, o que poderá ocorrer, ficando acima do pico da meta, até agosto de 2026, conforme medianas das instituições financeiras consultadas.

Nas últimas reuniões do Banco Central, este mesmo tem reconhecido que a inflação real está acima daquela imaginada pelo CMN, assim como para várias das próximas reuniões. Na ata da reunião de janeiro deste ano, o Banco assim se referiu: “a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta, nos próximos seis meses consecutivos”.

A taxa básica de juros, a SELIC, para o final de 2025 está estimada pelo mercado financeiros em 15,0%. A mediana para a SELIC em 2026 ficou projetada de forma estável em 12,5%. Para o final de 2027 continuou a estimativa da SELIC em 10,5%. Para 2028, estável em 10,0%.

A mediana da estimativa para o crescimento do PIB em 2025 ficou estável em 2,01%. Para 2026, permaneceu em 1,7%. Para 2027, permaneceu em 2,0%. Para 2028, estável em 2,0%.

Quanto ao valor do dólar no final de 2025 permaneceu a estimativa de R$5,99. Para 2026, continuou em R$6,00. Para 2027, R$5,90. Para 2028, continuou em R$5,90.

Nas reuniões da citada autoridade monetária, responsável pelo controle da “inflação monetária” são apresentados cenários do desempenho e de futuro da economia brasileira, bem como sobre o crescimento do grau de endividamento, visto também a existência continuada, desde janeiro de 2023, de déficit primário. Este é coberto com endividamento público e também é outro motivo para manter a SELIC elevada, não somente para combater a inflação.

(Repete-se aqui, mais como lembrança, o objetivo do artigo em tela, que se iniciou com o debate na sala de aula de economia brasileira, de uma lauda, desde o primeiro dia do segundo mandato do presidente Lula e ficou como exercício diário).

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