ALERTA DE RECESSÃO NOS ESTADOS UNIDOS

 

09-04-2025


Perante a posição de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América (EUA) de não voltar atrás, em tributar as importações que faz em cerca de 50 países, os maiores do globo, vê-se que as tarifas são cumulativas. Ou seja, tarifas em cima de tarifas. Os principais países tributados, a China e aqueles da União Europeia, já disseram que irão retaliar. A China afirmou que irá aplicar os mesmos 34% adicionais que os EUA já lhes estão prometidos. Trump disse a que isso feito, elevará os tributos chineses em mais 50%. Ontem, às 13 h, ele afirmou que o valor total das tarifas para os chineses seria de 104% (iniciou com 20% há cerca de dois meses, aumentou na semana passada para mais 34% e ontem em mais 50%). É uma guerra comercial mesmo, mais forte com a segunda economia mundial. A China disse que irá proibir filmes norte-americanos em seu país. Por seu turno, os países europeus estão prestes a anunciar a sua retaliação.

As cenas são bem parecidas com o que houve na época da grande depressão (começada no final de 1929), no governo de Edgar Hoover, quando entrou em vigor um grande tarifaço, contribuindo para aprofundar a grande depressão, que prosseguiu longamente até o fim da segunda guerra mundial.

Os manuais de teoria econômica são bem claros: aumentar impostos representa o repasse nos preços dos produtos e isto é inflacionário. Quanto maior a dose, maior a inflação monetária. Daí, vai decorrer maior hiato inflacionário, que seria a diferença entre demanda agregada e oferta agregada.

O país que está com o bastão das tarifas será aquele que transferirá inicialmente para a sua população o ônus da iniciativa do tarifaço. Segundo o presidente dos EUA depois virá o bônus. O seu país voltará a atrair investimentos, com o dinheiro da tributação abaterá da dívida pública, o dólar será fortalecido e nova era de industrialização virá para os EUA.

Os economistas do sistema financeiro dos EUA, principalmente baseados em Nova York, alertam que aquele país entrará em recessão, se o presidente norte-americano não recuar da sua grande ofensiva, maior do que a prevista pelos mercados. O alerta está justamente em cinco dias de colapso visto nas bolsas de valores pelo mundo, quando se pressentem que a inflação mundial se elevará e será enfraquecido drasticamente o crescimento econômico. A esse respeito, já referido aqui, dois dos maiores bancos de Nova York, já precificaram a recessão em 12 meses, afirmando o Banco Goldman Sachs que tem a probabilidade de 45% e o JP Morgan de 60% de ocorrer a recessão. 

No Brasil, as bolsas caíram pelo quarto pregão consecutivo, desde o dia 02, passado, agora, na faixa de 123 mil pontos. Como esperado, o dólar teve grande valorização global. A moeda brasileira, o real, foi aquela que mais perdeu até ontem, depois do dia 02 referido, perante as divisas globais. Não adianta o presidente da República ter falado ontem, em solenidade, que o Brasil tem um colchão de defesa de US$350 bilhões. É grande, mas o Brasil não tem alta produtividade média, nem boa competitividade internacional. Os problemas, no fundo, são dos investidores são de aversão ao risco, queda de preços das commodities, notadamente, do petróleo, cujo produto o País é grande exportador de petróleo pesado e grande importador de petróleo leve.

A economia mundial está em pânico. A Microsoft passou de novo a Apple como empresa mais valiosa global. Dos 15 maiores bilionários mundiais somente Warren Buffett, quarta maior fortuna, aumentou o seu patrimônio, visto que as suas participações acionárias são de gigantes empresas principalmente do mercado doméstico, nas áreas de seguros, bancos, de alimentos e de refrigerantes tal como a coca cola.  

Enfim, em uma lauda, como é propósito deste artigo, somente é possível examinar a conjuntura mais imediata.

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