APAGÃO DAS CONTAS PÚBLICAS EM 2027?
18-04-2025
O governo central da atualidade é tido como gastador, como
aquele que tem elevado os valores de gastos com a máquina pública. Reforçou os
programas sociais, principalmente no assistencialismo, que não autonomiza uma
grande parcela de beneficiários, que poderiam trabalhar, deixando as tetas do
governo. Tampouco, reforçam os critérios de seleção dos beneficiários. Assim,
em 2023 obteve déficit primário de R$230,5 bilhões. Ademais, referido resultado
foi impactado principalmente pelo pagamento de R$92,4 bilhões de precatórios. Citado
déficit representou aproximadamente 2,1% do PIB. Em 2024, o déficit primário
ficou em R$11,032 bilhões, equivalentes a 0,09% do PIB. Se incluídas as despesas
extraordinárias como os R$32 bilhões destinados à reconstrução do Rio Grande do
Sul, após fortes eventos climáticos negativos, o déficit primário iria
corresponder a 0,36% do PIB. Para 2025, o orçamento federal aprovado prevê um
superávit primário de R$15 bilhões. Entretanto, o relatório Prisma Fiscal do próprio
Ministério da Fazenda, aponta a estimativa de déficit primário de R$73,6
bilhões.
Se as restrições no orçamento federal, a partir 2027,
continuarem, as projeções feitas pela equipe econômica do governo Lula indicam
o risco de um apagão na máquina pública. Isto porque, a discussão do orçamento
de 2026, já com projeto de diretrizes orçamentárias em discussão no Congresso
Nacional, reincluiu o pagamento de precatórios até o limite dos gastos do
arcabouço fiscal, não havendo espaço para despesas não obrigatórias, além do
que tal espaço precisará ser repartido com as emendas parlamentares.
O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO)
apresentando no dia 15, passado, refere-se ao ano de 2026, trazendo projeções
para os três anos seguintes. As atenções do Congresso se voltaram para 2027,
quando o espaço para gastos de custeio e investimentos encolheram R$86,1
bilhões de uma só vez. A projeção governamental é que a despesa discricionária
cairia de R$208,3 bilhões de 2026, ano eleitoral, para R$122,2 bilhões em 2027.
Porém, ainda estão reservados R$56,5 bilhões de emendas parlamentares, já
carimbadas. Dessa forma, o próximo presidente da República poderá ter apenas
R$65,7 bilhões para gastos do próprio Executivo.
No PLDO em referência, o governo que terminará, irá
presentear com um salário mínimo de R$1.630,00, o novo mandatário da Nação, inclusive,
com ganho real.
O atual mandato de Lula já teve dois anos de déficit
primário. Isto é, o governo federal gastou mais do que arrecadou em 2023 e
2024. Ter superávit primário em 2025 e 2026 são grandes incógnitas do exercício
da política econômica. Para o biênio de 2025/2026, a saia está muito justa para
ter superávit primário. Logo, o crescimento econômico do terceiro mandato de
Lula será muito baixo e a sua popularidade está caindo forte. Para tentar
reverter ele apresenta mais gastos em assistencialismo, o que poderá aprofundar
os déficits primários. Sendo assim, a inflação continuará alta e o crescimento
econômico baixo, indesejáveis pela própria equipe econômica atual.
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