BREVE INTERPRETAÇÃO DAS MEDIANAS DO MERCADO

 

15-04-2025


Semanalmente, nas segundas feiras, o Banco Central (BC) divulga as projeções do mercado financeiro acerca das medianas dos principais indicadores de tendência da economia brasileira, sendo considerados, na maioria das vezes, pelos menos, quatro deles: crescimento do PIB, trajetória da inflação, taxa básica de juros fixada pelo BC para combate-la e valor do dólar das transações comerciais (dólar turismo é sempre mais alto, visto que inclui a intermediação fora do mercado oficial).

A interpretação jornalística do Estadão, por exemplo, é de que: “A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 passou de 1,97% para 1,98%. Um mês antes era de 1,99%. Considerando somente as 32 projeções atualizadas nos cinco dias úteis, passou de 1,99% para 2,00% ... Mas, a incerteza sobre a estimativa aumentou”. Está bem, uma interpretação imediata. Entretanto, a interpretação plena deve ser a de que o mercado continua prevendo uma baixa taxa de desempenho da economia brasileira, um pouco menos de 2,00%, enquanto a equipe econômica acredita em 2,50%. Parece pouco, mas não é, 0,50% além do mercado, representa por volta de 25% de incremento do PIB. Sem forçar o exame, a interpretação é de que os sinais que as cerca de 100 instituições financeira estão antevendo é de uma retração na atividade econômica. Preocupante, na medida em que o hiato entre PIB e inflação cresce, encarecendo o custo de vida e dificultando os negócios. Para 2026, a mediana do PIB passou de 1,60% para 1,61%, confirmando a previsão de que o desempenho econômico do País poderá ser fraco no biênio em curso. Em outras palavras, ao invés de decolar, como ansiado, a atividade econômica poderá retroagir.

A mediana para a inflação oficial, pelo IPCA, para 2025 permaneceu pela terceira semana seguida em 5,65%, muito fora do teto da meta da equipe econômica de 4,50%. Continua alta, difícil fazê-la convergir para o centro da meta, vez que a mediana para a taxa básica de juros, a SELIC, permaneceu para 2025 em 15% no final do ano, pela 14ª semana seguida. A mediana para o valor do dólar comercial em 2025, permaneceu em R$5,90. Para 2026 se retraiu um pouco, para R$5,97.

Enfim, as previsões das medianas do mercado financeiro permanecem ruins para o desempenho da economia brasileira.

   

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