IMPOSTO DE FORMA LINEAR DO COMÉRCIO MUNDIAL

 

03-04-2025


Chegou o dia 02 de abril, ontem, Donald Trump anunciou o pacote de tributos, de forma linear, para cada país em que mantem relações comerciais. O dia de ontem foi chamado de “Dia da Libertação”, por ele. Continua Trump com seu lema: America First. Os Estados Unidos vão taxar os produtos brasileiros em 10%, de forma igual para os seus importados daqui e para as suas exportações. Ficou barato, visto que para a União Europeia a taxa linear foi de 20%. Para a China, de 34%. Taiwan, 32%. Índia, 26%. Israel, 17%. A maior tarifa foi para o Vietnã, 46%. São cumulativas. Ao demais países da rede comércio terão 10% de tributos. O que está sendo feito por Trump, de forma velada, é aumentar demasiadamente a arrecadação com o fito de reduzir a sua dívida pública de cerca de US$30 trilhões. America Primeiro será mais Rica. Com isso, quer fortalecer sua moeda.

Segunda feira, dia 31, passado, foi divulgado um relatório de escritório ligado ao governo norte-americano, fazendo críticas ao modelo de tarifas que o Brasil impõe para as importações sobre o etanol, filmes estadunidenses, bebidas alcóolicas, produtos de telecomunicações, máquinas e equipamentos, carne suína, além de reclamar da preferência que se tem dado aos produtos nacionais.

A composição da pauta de exportações é de subprodutos de produtos acabados ferro, de aço e de alumínio, como blocos e placas, aeronaves e petróleo bruto, dentre outros. A esse respeito, o País é grande exportador de petróleo do tipo pesado, principalmente para os EUA, além de grande importador de petróleo leve, advindo principalmente da região árabe.

Os EUA já taxaram em 25% os subprodutos de ferro, aço e alumínio há meses. O anúncio de Trump sobre veículos importados também afetou o segmento brasileiro de autopeças, no que se referem a componentes dos carros.

O imposto de forma linear anunciado é de forma cumulativa e poderá atingir toda a pauta de exportações e importações brasileiras, relativas aos Estados Unidos. No governo anterior, houve negociações e cotas propostas da balança comercial. Porém, a atual equipe econômica pretende retaliar também as importações dos Estados Unidos.  Projeto de lei sobre reciprocidade no comércio está em pauta no Congresso Nacional.  

Nos manuais de Teoria Econômica a defesa e o pressuposto principal são de livre mercado e de liberdade de comércio. Porém, apareceu o Donald Trump, no primeiro mandato, de 2017-2020, protecionista. No segundo mandato, em curso (2025-28), mais protecionista ainda. Semeando ventos. Mas, como se diz “quem semeia ventos colhe tempestades”, a implicação provável é de que o progresso mundial, no curto e médio prazo, seja menor e os atritos mais frequentes. No tempo referido, haverá maior inflação dentro dos Estados Unidos e menor taxa de crescimento. Isto também no globo.

Sem dúvida, a guerra comercial em referência vai prejudicar também muito o crescimento econômico do Brasil, visto que as exportações fazem parte da demanda agregada (demanda do exterior) e, contraídas, reduzem o PIB.

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