MONITOR FISCAL DO FMI
24-04-2025
A reunião da primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI)
com o Banco Mundial, em Washington, prossegue divulgando mais um relatório,
denominado Monitor Fiscal, para os seus países membros. No que tange ao Brasil
o FMI está mais pessimista com a situação fiscal brasileira, que pode voltar
aos patamares da pandemia do covid-19, quando houve o isolamento social e o
governo federal teve de fazer gastos emergenciais no apoio ao emprego e no
combate à referia pandemia. Aliás, isto aconteceu no mundo quase todo. No
entanto, agora no governo atual se deve aos gastos superiores à arrecadação,
provocando déficits primários já por dois anos. O FMI também acredita que eles
continuarão por todo mandato do governo presente, visto que identificou já um
crescimento da dívida pública sobre o PIB, de 2024, de 87,3%, para 92,0% em
2025. Ademais, concluiu que em todo o governo Lula, a divida pública em
proporção do PIB saltará 12%, passando de 83,9%, no final de 2022, para 96,0% no
final de 2026.
Trata-se do patamar mais elevado da dívida pública sobre o
PIB desde 2020, ano crítico das contas públicas nacionais, inclusive, do mundo
quase todo, pelos gastos que os governos fizeram para suportar a atividade
econômica durante a citada pandemia.
As equações econométricas do FMI não apresentam reversão da
trajetória acima exposta. Pelo contrário, a permanecer a tendência desde 2023,
em 2029, a relação endividamento público sobre o PIB poderá chegar a 99,4%,
quando se estabilizaria em 2030, último ano da projeção do FMI.
Segundo o Banco Central, as principais projeções nacionais,
do Banco Central, do mercado financeiro e do Ministério da Fazenda, além das
projeções internacionais, tais como as do FMI e do Banco Mundial, denotam que a
atividade econômica brasileira está se desacelerando, o que, segundo a
diretoria do Banco Central, é sinal de que os juros altos estão funcionando,
visto que está diminuindo o hiato do produto.
Porém a inflação não recuará ainda nos próximos meses. Provavelmente,
após seis meses é que os juros elevados poderão mostrar resultados. Portanto,
sem gerar superávit primário, o endividamento governamental cresce e se
aproxima de 100% do PIB, ratificando as projeções acima expostas do FMI.
Nesse quadro de desaceleração da economia brasileira, a Ministra
do Planejamento, Simone Tebet, veio ontem declarar, o que já se presumia, que o
Programa Bolsa Família tem contribuído para a informalidade. O que vale dizer,
a informalidade não conta no PIB e isto também contribuiu para que o PIB não
tenha crescido mais, nestas mais de duas décadas de existência. Esta é uma
subestimação do PIB, sem contar a marginalidade (no sentido lato, tudo que está
à margem, bem como no sentido restrito, a marginalidade, ilegal, mesmo, que
também não ingressa na contabilidade nacional. Mas, isto não somente ocorre no
Brasil.
Comentários
Postar um comentário