PAISES MAIS ENDIVIDADOS
04-04-2025
A propósito do artigo de ontem, acerca do tarifaço de Donald
Trump, pelo qual existem inúmeras explicações, mas, sem dúvida, o propósito
básico é de arrecadação extraordinária, além fortalecer o Estado, a intenção
mais importante está velada, qual seja, para cortar ou eliminar a dívida pública
dos Estados Unidos, hoje, em torno de 124% do seu PIB. Esta relação ficou uma
das mais altas do mundo porque os Estados Unidos cresceram via emissões de
moeda e de títulos, visando dominar os negócios. Por seu turno, a dívida
interna americana é a mesma dívida externa.
Países endividados vivem na roda viva de depender de
aplicadores financeiros, aos quais eles pagam juros como uma bola de neve. Isto
é, vendem títulos e rolam juros com mais dívidas, quando podem ou não podem
pagar. O orçamento público precisa amortizar o principal dos débitos e estes se
tornam parte expressiva do orçamento, podendo gerar déficit primário, o que é
muito inflacionário.
Conforme dados coletados pelo Fundo Monetário Internacional
(FMI), base de outubro de 2024, o país mais endividado do mundo é o Japão, com
um índice de 248,7% da dívida pública sobre o PIB. Assim, a dívida publica mede
o quanto um país deve em relação valor gerado anualmente pela sua economia. Em
segundo lugar vem o Sudão com 237,1%. Em terceiro, Cingapura, 175,8%. Em
quarto, a Grécia, 152,9%. Em quinto, a Itália, 138,7%. Em sexto, Maldivas,
133,6%. Em sétimo, Bahrein, 129,8%. Em oitavo, os Estados Unidos, 124,1%. Em
nono, República Democrática Popular do Laos, 118,3%. Em décimo, a França,
115,3%.
Segundo, ainda, o FMI, naquela posição, o Brasil com o índice
de 82% estava bem longe dos dez primeiros. Entretanto, todos os referidos
países têm dívidas altíssimas em relação ao PIB, o que dificulta a realização
do orçamento público anual. Entretanto, a trajetória da dívida brasileira teve,
no curto prazo, queda. Em novembro de 2024, a relação referida caiu para 77,7%.
Porém, devido à continuidade de déficit primário, elevação da taxa de juros
básicos, a SELIC, em já, 3,0%, em três reuniões, estando hoje em 14,25%, a
estimativa do mercado financeiro é que termine 2025, a SELIC, em 15% e o
endividamento sobre o PIB em 80,7%.
Face ao exposto, se for comparado o grau de vulnerabilidade do
projeto empresarial, considerado de 60%, conforme os manuais de projetos de investimentos,
os países citados estão muito deficientes na sua execução orçamentária anual.
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