A QUESTÃO QUE SE ARRASTA É O AUMENTO DO IOF
31-05-2025
A equipe econômica tenta manter no Congresso o decreto
executivo de elevação do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), mas os
congressistas ameaçam, mais uma vez em derrubar o decreto do governo federal.
Para muitos deles a carga tributária já é muito elevada e, o presidente da
Câmara, Hugo Motta, chegou a chamar publicamente que a proposta é uma “gambiarra”.
O presidente do Senado, David Alcolumbre, também não gostou da medida. O
Legislativo aguarda os dez dias, desde o dia 24, para uma proposta de alternativa
ao decreto. Os palacianos procuram dizer que neste ano é necessário e que
poderia aceitar limites em 2026, argumentando, exageradamente, que a medida
seria equivalente a cancelar o Programa Minha Casa, Minha Vida e fechar o
Ministério da Defesa. Assim, deixa bem claro que a questão fiscal é o problema
principal do governo federal, querendo “forçar a barra” com a proposta de
aprovação. Mas, provavelmente não vai adiantar, visto que muitos analistas
estão apontando o despreparo econômico do governo, ao elevar absurdamente o IOF.
No site da Itatiaia, de ontem, na internet, o artigo em si é
de que “O governo Lula e a lógica do improviso” (título), citando que “há
alguns dias o governo anunciou que aumentaria o IOF para aplicações no
exterior, incluindo fundos exclusivos. Pouco depois recuou parcialmente. O
aumento foi mantido apenas para as pessoas físicas que realizam operações
cambiais cotidianas, como compra de viagens internacionais, mas os fundos mais
sofisticados ficaram de fora... O episódio expôs uma hesitação fiscal e
desnudou, mais uma vez, um vício estrutural da política brasileira: a propensão
de anunciar antes de consolidar, recuar antes de sustentar e improvisar em
detrimento do planejamento. Trata-se de uma disfunção crônica que, é imperativo
ressaltar, transcende administrações e se manifesta como um padrão histórico na
República. A admissão do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o recuo
se deu por pressões e reações de mercado, apenas corrobora esse cenário. O que
verdadeiramente se sobressai, todavia, é a patente falta de alinhamento entre
as esferas técnicas e políticas do governo na formulação de uma medida de
tamanha relevância”.
Um exemplo bem maior é ter-se um Ministério da Fazenda, que
se arvora a fazer o que o Ministério do Planejamento não faz e, fez errado.
“Batem cabeça” e se improvisam. Planejamento
econômico no Brasil houve de 1956 a 1979. Porém o choque do petróleo de 1973
“entortou” o sistema. O segundo choque do petróleo, em 1979, trouxe os grandes
efeitos da falência aqui do planejamento de longo prazo e nunca mais foi feito.
Em artigo de ontem, há a referência a que a Dívida do Governo
Federal correspondeu em abril a 65% do PIB. Mas se trata da dívida líquida do
governo federal, enquanto a dívida bruta correspondeu a mais de 76% do PIB.
Muito embora exista o Plano Anual de Financiamento da Dívida, esta não para de
crescer e se aproxima cada vez de percentuais aos quais foge a capacidade de
pagamento governamental.
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