DESESPERO FISCAL TAMBÉM POR MEDIDA PROVISÓRIA
13-06-2025
Os assuntos tratados aqui geralmente são os de política
econômica, relativos à conjuntura. Trata-se de uma lauda, para servir ao debate
no início da aula de economia brasileira. O assunto dominante refere-se à
política fiscal.
Assim, o governo federal remeteu mais um decreto sobre a
questão do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ao Congresso Nacional.
Naquele órgão, imediatamente, os congressistas prepararam dois projetos de rejeições,
um do decreto de maio e outro deste decreto de junho, os quais serão votados,
em regime de urgência, no próximo dia 17. Cinco dias depois deste segundo
decreto.
Não bastasse isto, o
governo federal enviou também uma medida provisória de elevação do imposto de
renda sobre aplicações financeiras, em dinheiro, que entrou, automaticamente,
em vigor, cobrando tributos. É evidente o desespero do governo federal neste
mês do ano, antevendo não cumprir a lei do arcabouço fiscal. O Congresso tem 120
dias para examinar a citada medida provisória, que pode ser devolvida ou
reeditada, enquanto isto o governo continua arrecadando. É ou não é desespero
atrás de dinheiro para financiar seus gastos?
A Medida Provisória veio como uma cortina de fumaça das
prometidas revisões nos subsídios de cerca de R$800 bilhões ao grande capital,
que o governo recuou em suas pretensões de alterações estruturais, que tinha de
alterar a legislação pertinente. No dizer, ontem, em discurso do presidente
Lula, seriam R$850 bilhões. Mas, trata-se de assunto da estrutura econômica,
que a equipe governamental não ousa mexer.
O texto original da medida provisória publicada anteontem
prevê a arrecadação de R$61 bilhões, em dois anos, sendo R$20 bilhões neste
meio de ano que falta e R$41 bilhões no ano de 2026, além de redução de IOF
proposto no decreto para algumas operações de crédito. A grita dos
congressistas é grande, em suas diferentes frentes parlamentares. No Congresso
existe aversão ao aumento da carga tributária e o governo da União continua
insistindo com isto e sabe que não tem maioria. Sem dúvida, para convencer
muitos congressistas poderá continuar aceitando emendas parlamentares ao
orçamento público, o que o tem contribuído para tornar o gasto público
ineficiente. Mas, não está garantido que terá êxito nestas medidas que
desagradam “meio mundo”.
O Ministério da Fazenda divulgou nota sobre a medida
provisória, afirmando que as ações “constroem isonomia tributária, corrigem
distorções e consolidam o equilíbrio fiscal”. Por seu turno, não explicou como
acontecem simultaneamente as três coisas em referência. Realmente, agindo assim
se denota o quanto está a direção geral despreparada para exercer a política
econômica brasileira. É aspecto conjuntural que se sobrepõe ao estrutural. Vai
e volta sobre o mesmo tema, qual seja quer porque quer elevar a carga
tributária, sem fazer corte dos gastos. Assim, não irá, provavelmente, vencer as
resistências no Congresso. Quem perde é a economia brasileira, que poderá
crescer por volta de 2%, baixo crescimento, além da elevada inflação monetária.
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