COMUNICADO HAWKISH

 

22-09-2024

O assunto recorrente é a decisão do Banco Central (BC). A implicação econômica é fora de série. Por seu turno, os analistas econômicos dizem que o comunicado do BC foi hawkish. Um relatório sucinto, “duro”, como deve ser a sua tradução. O ditado popular diz que “gato escaldado tem medo de água fria”. O País já sofreu tanto com o dragão da inflação, que nem sequer pensa em que ela retorne como antes de 1994.

O relatório da reunião da semana passada, que ocorre a cada 45 dias, está sendo chamado, no mercado, em geral, por hawkish. Vale dizer, mesmo com novo presidente indicado pelo atual governo federal, não vai ter moleza, O ciclo de alta de juros é para fazer com que a inflação venha ao centro da meta de 3,0%. Foi decisão unânime do BC. Sem contar que direita ou esquerda se posicionam diferentes, o relatório do BC é ortodoxo, devido a ortodoxia consagrada de combate ao anjo do mal, a inflação monetária. Não é tão simples como pode parecer.

Depois de dois anos, os juros básicos da economia voltaram a subir, variável endógena ao modelo de economia doméstica, ensinava Antônio Delfim Netto, doutor em economia, na prática e na teoria, ele que foi um dos autores do “milagre brasileiro”, quando a economia brasileira cresceu nos anos de 1970 mais de 10% ao ano. Em 1973, cresceu 14,3%. Imaginável. Saudades do tempo em que o País poderia ser semelhante aos “tigres asiáticos”, bem como seguir o exemplo da atual Índia, já, quinto PIB global.

Os juros de referência subiram de 10,50% para 10,75% ao ano. O nível da taxa anterior ficou estacionada por quatro meses. A elevação veio em linha das expectativas do mercado financeiro. Na verdade, uma “obediência” aos preditores de mercado. Eles são analistas de alto nível, geralmente, doutores em economia. Ou, que exerceram cargos como diretores do Banco Central.

Trabalhar nos mercados financeiro e produtivo não é para principiante. Tolo aquele que pensa que vai ficar rico, sem “ralar”.

A decisão do BC parece simples, mas é sofisticada.