CRÉDITO CONSIGNADO REVISITADO

 

16-03-2025


A demanda agregada da economia se compõe de consumo das famílias, investimentos das empresas, gastos do governo e importações. O maior dinamismo da demanda é dado pelos investimentos, que são de efeitos multiplicativos. Consumo, governo e importações são de efeitos aditivos.

Sem dúvida é a demanda quem puxa o crescimento econômico. É uma lei econômica: quem cria a oferta é a demanda. No Brasil, a dinâmica da demanda agregada é puxada em cerca de 50% pelo consumo das famílias. Este tem repercussão relativa menor do que o investimento. O governo federal sem ter muito como estimular os investimentos, devido principalmente às elevadas taxas de juros praticadas, tem mais feito é estimular o consumo agregado.

Dessa forma, o governo federal promoveu mudanças significativas no crédito consignado, visando ampliar o seu acesso e, consequentemente, o consumo familiar. Quatro medidas foram tomadas. A primeira, ampliação do prazo de pagamento para aposentados e pensionistas do INSS. A segunda, lançamento do crédito consignado privado par trabalhadores com carteira assinada. A terceira, flexibilização das regras para novos beneficiários do INSS. A quarta, ajuste no teto de juros para empréstimos consignados do INSS, passando de 1,66% para 1,80% ao mês, correspondendo a 21,6% ao mês. Caro, mas, muito mais barato do que o praticado pelos bancos em geral.

O presidente do Conselho de Administração do Banco Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, referiu-se a que o crédito consignado, repaginado, vai propiciar alívio ao trabalhador endividado e propiciar estimulo à atividade econômica. Para ele, o aumento na demanda agregada não será tão grande, para aumentar ainda mais o hiato inflacionário entre produção e consumo.

Visando não detonar a inflação, já que a medida a ser tomada será de forma gradual, melhorando o perfil dos endividados, que trocarão crédito mais caro por mais barato.  

No limite, o crédito consignado não provocará incremento tão forte no consumo e também não garantirá um nível tão grande de estímulo à atividade econômica.

 

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