INADIMPLÊNCIA DAS EMPRESAS BATEU RÉCORDE EM JANEIRO

 

07-03-2025


A Serasa Experian é a empresa que calcula a dinâmica do crédito no País, a pontualidade e a inadimplência. Desta vez a Serasa veio a público para informar que, em janeiro, o número de empresas inadimplentes é recorde: 7,1 milhões de pessoas jurídicas, correspondentes a 31,4 dos CNPJs do Brasil. Trata-se do maior número de sociedades negativadas ao crédito desde que a série histórica passou a ser calculada pela Serasa.

A soma dos débitos das firmas correspondeu em janeiro a aproximadamente R$155 bilhões. Em relação a dezembro houve a elevação de R$4,3 bilhões no montante das dívidas inadimplidas. Cada empresa teve, em média, 7,2 contas negativadas em janeiro.

A principal razão para a inadimplência recorde são as taxas de juros praticadas, tendo como maior referência a taxa básica de juros de 13,25% anuais, a SELIC.

Os bancos ficaram mais rigorosos com a concessão de crédito e as empresas com encargos muito elevados para cumprir os custos dos seus financiamentos.

O impacto no custo do crédito também reduziu a demanda por bens e serviços e, por consequência, a inflação está bem elevada e o PIB se contraindo.

O maior número de empresas negativadas com posição em janeiro estava no setor de serviços, com 52,4% delas. Em seguida vinha o setor comercial com 35,3% e o setor industrial com 8,0% de inadimplência. O setor agropecuário possuía 1,0% de negativados. Outros segmentos desagregados, menores, no conjunto, com 3,3%.

Alagoas é o Estado brasileiro com maior número de inadimplentes. Em seguida vem o Distrito Federal e o Pará.

Do total das 7,1 milhões de empresas inadimplentes, 6,6 milhões eram de micros e pequenas empresas no referido mês passado.

 

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

HOJE DEFINIÇÃO DA TAXA BÁSICA DE JUROS

  06-11-2024 O COTIDIANO PREVISÍVEL O cotidiano previsível ocorre quase sempre nas reuniões de política monetária, quando o Banco Central (BC) realiza cenários com estatísticas do seu departamento próprio. Há muito tempo que o colegiado do BC segue a sinalização das medianas das taxas de juros futuras estimadas pelas principais instituições financeiras brasileiras, isto porque têm elas equipes de acompanhamento da conjuntura econômica há muitos anos. A cada 45 dias se reúne no Brasil o Comitê de Política Monetária do Banco Central, com a finalidade de avaliação do cenário econômico doméstico, sem deixar de levar em consideração também o cenário da economia internacional. Não sem motivo, há uma coincidência da reunião referida no Brasil com a data da reunião do Federal Reserve (FED, como é simplesmente chamado o banco central dos “bancos estaduais” de lá, visto que cada estado americano parece ter um “banco central”, mas eles se aliam nas definições de política monetária). Com...
Leia mais

PROJETO DE TARIFAS ALFANDEGÁRIAS RECÍPROCAS

  13-02-2025 O governo de Donald Trump está dizendo ao mundo que tem um Projeto de Tarifas Alfandegárias Recíprocas, a vigorar em 12 de março vindouro. Isto é, rever as tarifas cobradas por cada parceiro comercial, para elevar as tarifas de importações, para aqueles que cobram tarifas maiores em seus territórios do que os Estados Unidos, em patamares iguais à aqueles que são cobrados das exportações americanas. Parece justo, mas não é. Depende da intensidade dos fatores de produção, das suas produtividades do trabalho e das condições de logísticas de cada país. Entretanto, o que está sendo anunciado são tarifas de 25%, em geral, sobre automóveis e outros bens industriais. Na verdade, um tarifaço, bem diferente de “reciprocidade”. Desde a segunda guerra mundial, cada país tem as suas vantagens relativas e/ou absolutas de comércio de bens, serviços, de tecnologia, de hábitos e de capitais. Mais os fatores de produção não têm custos iguais entre os países. As questões foram as d...
Leia mais

TIRO SAIU PELA CULATRA

  16-01-2024 Desde 1º de janeiro que a Secretaria da Receita Federal baixou a instrução normativa, alterando as obrigações das instituições financeiras, bancos digitais e aplicativos de pagamentos, que passariam a informar as movimentações financeiras globais, tais como as transações com Pix, cartões de crédito e demais transferências financeiras, em geral. Para pessoa física, os bancos teriam que informar movimentações acima de R$5 mil; para pessoa jurídica, acima de R$15 mil. Muito embora a SRF tenha declarado que não taxaria as referidas movimentações financeiras, principalmente, o Pix, bem como não iria acompanhar as movimentações da espécie, com pente fino, a população de uma maneira em geral desconfiou disso, visto que o governo federal continua com déficit primário e se endividando, em bola de neve, via tomada de dinheiro no mercado financeiro. Assim, as transações instantâneas (Pix) caíram nestes quinze dias mais de 10% e criou um mal estar na população e pressuposições...
Leia mais