PEC DO FURA-TETO
No final do ano passado, o presidente da República eleito fez
gestões para aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), chamada de
Transição, para a realização de gastos sociais e investimentos, para que o País
voltasse a crescer ou de manter o crescimento do ano passado, na época estimado
em 3%. Este foi o número incialmente apresentado pelo IBGE do crescimento do
PIB de 2022. Porém, na primeira revisão, neste final de ano, o IBGE retificou
para 2,8%. Ao IBGE é atribuído fazer até três revisões. Na maioria dos anos
passados, a revisão das retificações do PIB foram para mais.
Na correlação de forças que se montou, o Congresso Nacional
aprovou uma PEC chamada de Fura-teto, em um valor de R$170 bilhões, acima da
lei do teto, que vigorou por alguns anos, mas que deve deixar de vigorar, a
partir do próximo ano, porque foi aprovada em meados deste ano, a lei do
arcabouço fiscal.
Em execução, o novo governo de Lula passou a ter déficits
primários mensais, depois de superávit primário do ano passado, que tinha
sucedido oito anos consecutivos, de 2014 a 2021, de déficits primários.
Anteriormente a 2014 existiram 16 anos seguidos de superávit primário, quando a
economia brasileira cresceu a taxas próximas de 4% ao ano por longo período.
O superávit primário é desejado porque o governo deveria
pagar os juros da dívida pública e não procurar captá-los no mercado
financeiro, porque isto faz crescer o estoque da dívida pública, sem contar que
o déficit primário geralmente tem forte componente inflacionário.
A divisão de recursos da PEC do Fura-Teto, estimada pela
equipe econômica está assim:
Ministério ou órgão beneficiário
Desenvolvimento Social – R$75,0 bilhões.
Saúde – R$22,7 bilhões.
Desenvolvimento Regional – R$18,8 bilhões.
Infraestrutura – R$12,2 bilhões.
Educação – R$10,8 bilhões.
Salário Mínimo – R$6,8 bilhões.
Encargos Financeiros da União – R$5,6 bilhões.
Ciência e Tecnologia – R$5 bilhões.
Turismo – R$4,1 bilhões.
Fazenda – R$1,8 bilhão.
Agricultura – R$1,8 bilhão.
Defesa – R$1,0 bilhão.
Justiça – R$0,8 bilhão.
Meio Ambiente – R$0,5 bilhão.
Esporte – R$0,5 bilhão.
Trabalho e Previdência – R$0,4 bilhão.
Mulher e Direitos Humanos – R$0,3 bilhão.
Comunicações – R$0,0 bilhão.
Presidência da República – R$0,0 bilhão.
Banco Central – R$0,0 bilhão.
Total = R$168 bilhões.
Convém observar que a equipe econômica não planejou ainda a
distribuição do saldo remanescente de R$2 bilhões, entre os três últimos órgãos
beneficiários acima.
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