FORÇA OLIGOPÓLICA DAS ELITES LOCAIS

 

O Jornal Folha de São Paulo faz hoje uma resenha de um estudo acadêmico feito por pesquisadores da PUC-Rio, professor Cláudio Ferraz, da Universidade de Berkeley, Califórnia, professor Frederico Finan, do Centro de Estudos Monetários e Financeiros, professora Monica Martinez-Bravo. Todos os três economistas.

No centro do trabalho está o estudo das forças políticas dos oligopólios locais nos municípios do interior brasileiro, desde o período dos anos de 1.940 até os anos 2.000.

A principal constatação é a de que naqueles municípios onde o poder dos oligopólios políticos era menor, houve um desenvolvimento econômico e social maior do que naqueles onde ocorria o contrário. Vale dizer, e a teoria econômica já comprovou, o oligopólio é ineficiente e traz grandes ganhos para as forças dos oligopolistas.

A teoria econômica mostra que o oligopólio (poucos vendedores, cartelizados ou não) e o oligopsônio (poucos compradores, cartelizados ou não) realiza seus preços antes do nível ótimo de produção e a um preço mais alto, visto que são os “donos” aqueles que mais ganham em todas as instâncias.

Em outras palavras: “A redução da concentração do poder político nas mãos das elites locais exerce papel relevante para impulsionar o desenvolvimento econômico de longo prazo”.

Ao enfraquecer o poder político das lideranças locais, os cidadãos se tornam mais competitivos e a concorrência é salutar para o progresso, também, como ensina a teoria econômica. A mudança no quadro político e econômico melhoraram a governança local, apresentaram redução da mortalidade infantil, além de incremento da alfabetização e no nível de renda per capita.

O trabalho dos autores levou dez anos. Mas, sem dúvida, constataram que o quadro institucional alterado desde 1940 contribuiu para quebrar a espinha dorsal do coronelismo e de concentração política.

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