PROJEÇÕES DA INFLAÇÃO PELO BC

05-04-2024

O Banco Central (BC) tem uma equipe de funcionários que acompanha o que ocorre na esfera monetária e na correspondente esfera produtiva. As projeções da equipe econômica sobre a inflação levaram a interpretação de que a trajetória de baixa da taxa básica de juros, a SELIC, irá se reduzir, devido à existência de tendências altistas de grupos de preços determinados. Assim, avaliam os economistas do BC que a taxa SELIC poderá cair menos do que as estimativas semanais do mercado financeiro. As projeções do BC são de que a SELIC cairá menos em dezembro deste ano, sendo provável que o patamar fique acima de 9,0%. Assim como a SELIC acima de 8,5% em dezembro de 2025. Dessa forma, eles acreditam que o ciclo de queda da SELIC, iniciado em agosto de 2023, será insuficiente para que a inflação convirja para o centro da meta de 3,0%, mais o viés de alta de 1,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que se reúne semanalmente, de forma secreta, sendo divulgadas depois as principais decisões, composto do Ministro da Fazenda, do Ministro do Planejamento e do presidente do Banco Central, além de assessores.

O CMN foi criado durante o regime militar, considerando-se uma questão de ordem o combate à inflação, principalmente quando ela passava de dois dígitos, desorganizando o sistema econômico nacional.

O último Relatório Trimestral da Inflação feito pelo BC sinalizou que a inflação deste ano fecharia em 3,5% e cairia para 3,2% em 2025. Com efeito, a SELIC proporcionaria um menor ganho real do que tem proporcionado durante muito anos, afugentando capitais financeiros, segundo declarou ontem o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Referido relatório traz que o nível da taxa SELIC prefixada pela curva de juros tem oscilado em torno de 9,75%, desde a última reunião do Comitê de Política Monetária, há duas semanas, enquanto os resultados das medianas do mercado financeiro, consultado semanalmente pelo BC ainda não se moveram.

A clara posição ortodoxa do Banco Central reflete o grande receio do recrudescimento inflacionário, bem como suas repercussões na esfera monetária, enquanto na esfera produtiva as pressões são grandes para que a taxa SELIC caia até mais de 0,50%. Por exemplo, a Confederação Nacional da Indústria e a equipe econômica do governo propugnam por 0,75%, em visão heterodoxa.

Em outras palavras, no modelo econômico geralmente adotado pelos economistas, na equação geral da economia deveria haver equilíbrio entre demanda agregada e oferta agregada. Os ortodoxos acreditam piamente que a inflação é de demanda. Os heterodoxos de que ela é piamente do lado da oferta. Então, está aí a divergência entre as duas alternativas correntes de pensamento.

De certo, a inflação decorre principalmente do excesso de demanda, conforme se observa ser este o mainstream.

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