PROJEÇÕES DO PIB EM CONFRONTO
23-07-2024
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda projetou em maio deste ano o PIB para 2,5%. O Fundo Monetário Internacional, em relatório de 11 de julho também projetou o PIB de 2,5%, neste ano. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estima 2,2% para o mesmo período de um ano. O Banco Itaú, o maior banco da América Latina, também estimou um PIB de 2,5% em 2024. O Baco Bradesco estimou um PIB deste ano crescendo 2,0%. O relatório de mercado semanal do Banco Central, denominado de boletim Focus, datado de 22 de julho, projetou o PIB de 2024, que poderá ser de 2,15%. Banco Central do Brasil, que calcula uma prévia do PIB (IBC-Br), mensalmente, estima crescimento de 1,9%. O Banco Mundial foi ainda mais conservador, projetando um PIB de 2024 com incremento de 1,7%.
O boletim Focus, informativo do Banco Central sobre as
medianas de cerca de 100 instituições financeiras, divulgado ontem, acerca de
variações nas estimativas semanais do PIB, da inflação, da taxa básica de juros
e do dólar comercial, apresentaram: projeções do PIB, que continua em
crescimento, agora de 2,15%; da inflação também em pequeno incremento, estando
em torno de 4,05%; do dólar comercial também em ascensão e de que a taxa básica
de juros, a SELIC, não deveria alterar-se. Na verdade, os dados das medianas
semanais apresentam variações muito pequenas, sendo que somente a perspectiva
do incremento do PIB continua em ascensão semanal discreta. Ou seja, os
economistas das 100 instituições financeiras ainda não captaram os efeitos no
PIB do desastre das chuvas e enchentes do Rio Grande do Sul.
O banco J P Morgan, grande financista internacional, baseado
em Nova York, revisou, ontem, para baixo, a sua previsão para o PIB deste ano,
conforme relatório de mercado divulgado aos seus clientes. Assim, a estimativa
fora cortada de 2,9% para 2,5% para o PIB de 2024. Parece 0,4% pouco, mas se
refere a cerca de 14% dos 2,9%, antes projetado.
Pelo relatório, o J P Morgan não espera movimentos adicionais
na taxa de juros básica da economia brasileira, na SELIC. Entretanto, conforme
texto: “este forte crescimento em meio à desvalorização cambial e aumento das
expectativas de inflação, também em parte das questões fiscais, deve manter os
juros elevados no curto prazo”.
Os economistas do banco Morgan, assim se expressaram: “Nem
nós, nem o consenso, esperamos que o governo cumpra as metas de resultado
primário equilibrado (ex. taxas de juros) neste ano, chegando de um déficit de
2,3% no ano passado, mas o crescimento elevado das despesas públicas até agora
no ano desafia o quadro fiscal e aumenta o risco de um fim antecipado da
credibilidade desta ferramenta que reduziu os riscos fiscais no ano passado”.
O Banco Morgan nem se referiu aos desastres climáticos do Rio
Grande do Sul, que terão forte impacto no PIB deste e do próximo ano. Tampouco,
a situação de desequilíbrio fiscal, que tem levado a déficit primário
crescente, a rolagem de juros e incremento da dívida pública, como fatores de
maiores dificuldades da gestão da economia brasileira.
Comentários
Postar um comentário