NOVO CICLO DE ALTA DA SELIC
20-09-2024
Na reunião do Comitê de Política Econômica do Banco Central,
do dia 18, passado, o colegiado reiniciou o ciclo de alta da taxa básica de
juros, chamada de SELIC, referência, em torno da qual giram as demais taxas da economia.
Convém lembrar que, em agosto de 2020, a SELIC estava no menor
patamar da sua história, em 2,0% anuais. Para enfrentar a pandemia e
consequente inflação em alta, mediante isolamento social, a SELIC ingressou em
ciclo de alta até 13,75%. Depois de dois anos, advindo de um ciclo de baixa,
iniciado em agosto de 2022, quando a SELIC estava em 13,75%, recuando até
10,50%, quando agora elevou a SELIC em 0,25%. Para o sistema bancário, no final
do ano a SELIC estará em 11,25%, vaticinando que poderá haver mais duas
elevações de 0,25%, cada, nas duas reuniões finais deste ano do citado Comitê.
No mesmo dia, na contramão, o Federal Reserve, banco central americano, reduziu
em 0,50%, depois de quatro anos, quando foram elevadas as suas taxas de
referência, para enfrentamento da pandemia do COVID 19. Aqui a inflação tem
recrudescido e o remédio tomado geralmente é elevação da SELIC. Lá, a inflação
vem caindo e a resposta foi oposta a daqui.
A SELIC, agora em 10,75% anuais, as aplicações financeiras
mais escolhidas continuam sendo as de renda fixa, visto que os títulos públicos
e privados de dívidas do mercado financeiro, oferecem rendimentos por volta
daquele da SELIC. Em alguns casos, com adicional de juros sobre a SELIC, para
grandes valores aplicados. São aplicações pós-fixadas, que geralmente podem
estar atreladas à SELIC ou à taxa de inflação oficial (IPCA). Por exemplo, há
títulos que estão acima da média, visto à voracidade do governo, como o Tesouro
Direto, que oferece IPCA mais 6.0% de juros anuais. Não se vê com facilidade
negócio que tenha referida rentabilidade e isto é fator de inibição do
investimento produtivo. Este título do Tesouro Nacional, conhecido como NTN-B,
é híbrido, combinando uma remuneração variável (o IPCA de cada ano) com uma
remuneração fixa (juros de 6% anuais). No entanto, o prazo de vencimento é a
partir de 2029. Se precisar do dinheiro, o aplicador poderá negociar com
deságio.
Ademais, existem títulos que não pagam imposto de renda, tais
como a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), a Letra de Crédito Industrial
(LCI), Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificado de Recebíveis
Imobiliários (CRI) e debêntures incentivadas. A remuneração geralmente está
atrelada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI). É importante que as
aplicações financeiras estejam de acordo com o perfil do investidor. Se
conservador, moderado ou arrojado.
Há o Certificado de Depósito Bancário (CDB), mas que paga
imposto de renda e geralmente se apresenta com rentabilidade que pode ser acima
da inflação ou do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
A pior aplicação é a caderneta de poupança, que pode render
abaixo da inflação anual.
Enquanto isto, os
projetos de investimentos produtivos, em grande medida, são engavetados, tanto
para novos investimentos como para melhoria tecnológica.
Taxas de juros altas certamente levarão a menor crescimento
do PIB e é isto que o mercado financeiro tem projetado, por volta de 2% nos
próximos anos. Alterações nas taxas de
juros são mais sentidas após seis meses. Por isso, para este ano está ainda
sendo prevista uma boa taxa de crescimento econômico.
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