DESCONFIANÇA NA POLÍTICA FISCAL
19-10-2024
PÁGINA DA CONJUNTURA ECONÔMICA
Desde que assumiu o terceiro mandato no governo federal, o presidente Lula, insistiu na necessidade de realizar a reforma tributária, cuja última foi realizada, a partir da Constituição de 1967, outorgada pelo regime militar (1964-1984). Muitos projetos foram apresentados e arquivados na Câmara de Deputados. Durante 2023, mediante projeto de lei do Executivo, o Congresso Nacional aprovou uma reforma tributária parcial, cujos projetos de leis complementares se encontram sendo debatidas pelos congressistas. Passaram-se mais de um ano e a regulamentação não ocorre. Ontem, ficou bem claro que há uma desconfiança do mercado financeiro com respeito à política fiscal.
As taxas de juros de futuros negócios subiu bastante, indo
para 13% ao ano. Convém lembrar que este erro praticamente o patamar anterior (13,75%),
antes do ciclo de baixa da taxa básica de juros, que estancou em 10,50% e, que,
na última reunião do Banco Central retornou ao ciclo de alta dela, indo,
inicialmente, para 10,75% ao ano.
Desde janeiro de 2023 que o governo central vem incorrendo em
déficit primário, limitando o poder de investimento em infraestrutura, bem como
não pagando os juros da dívida pública, pelo que deveriam serem pagos para ser
obtido um superávit primário, que não tem vindo, fazendo-se com que a dívida
pública continue crescendo fortemente, havendo desconfiança doméstica, de que
poderá haver elevação da carga tributária, ao contrário do que fora prometido
na campanha política de 2022.
Ademais, a ausência de uma política monetária combinada com
as políticas cambial e fiscal, de consequências ao melhor nível de
investimentos e maior crescimento do PIB, nos próximos anos, ficaram
comprometidas.
Por seu turno, a inflação está bem próxima da meta de
inflação (3,0%), com o seu viés de alta (1,5%), estando próxima de 4,5%, o que
fez com que o Banco Central voltasse a exercer um novo ciclo de alta da taxa
básica de juros, a SELIC.
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