ENCONTRO DA LIDE BRASIL EM LISBOA
16-11-2024
Realiza-se em Lisboa, Portugal, a Lide Brasil Conferência, sendo a Lide empresa do ex-governador de São Paulo, João Dória, que tem procurado fazer encontros com grandes líderes empresariais, tendo exposições do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, dentre outros.
Para Michel Temer, presidente da República, de 2016 a 2018, a
lei do teto de gastos da sua gestão era aplicar a taxa inflacionária do ano
anterior, mais 0,5% de correção e mais 2,5% da receita líquida. O objetivo do
teto de gastos era de diminuir a dívida líquida do governo central. Portanto,
não pagar juros excessivos em relação ao endividamento público. Para ele, o
teto era de concreto. Por sua vez, ele criticou a lei do arcabouço fiscal de
2023, visto como um teto de palha, já que tem feito crescer a dívida pública
líquida, saindo da casa de 70% do PIB para a casa de 90% do PIB, no final do
atual mandato, segundo projeções do mercado financeiro.
As grandes instituições financeiras aprovavam o teto de
gastos adotado pelo governo Temer. Mas, os oposicionistas de então, hoje na
situação, reprovavam a lei em referência, já que ela comprimia os gastos públicos.
Além do mais, falavam que o Temer tinha traído a ex-presidente Dilma Rousseff,
que realizou “pedaladas” fiscais, ou seja, gastos não aprovados pelo Congresso
Nacional e que fora afastada da presidência da República pelos congressistas
federais.
Para Henrique Meirelles, a economia brasileira obteve um bom
crescimento neste biênio, num crescimento acumulado superior a 6%, visto que
houve ampliação da demanda agregada, consumo das famílias e, principalmente, investimentos
em infraestrutura. Devido ao fato de haver mudança na presidência dos Estados
Unidos, com a volta de Donald Trump, declaradamente protecionista do seu
mercado doméstico, elevando as alíquotas de importação, não vê Meirelles
grandes problemas, visto que o Brasil tem uma balança comercial negativa com os
Estados Unidos e não é mais o primeiro parceiro comercial, posição agora
ocupada pela China. Muito do que vem dos EUA poderá vir de lá, uma troca de
bens nitidamente industrializados, enquanto as exportações brasileiras
continuarão basicamente de commodities.
Para demais debatedores é crença de que o País precisa fazer
o corte de gastos tão cobrado e não executado., bem como o País, no próximo biênio
não terá um desempenho tão bom como o do atual. O PIB cresceu bem porque o
índice de desocupação da mão de obra vem caindo, mais se aproxima do seu limite
histórico de redução.
Ontem, também foi divulgado o Índice de Atividade do Banco
Central, uma prévia mensal do PIB anual, visto que o IBGE somente o faz trimestralmente
e com grande atraso. Em setembro, a economia brasileira cresceu 0,8%, tendo o
terceiro trimestre uma alta de 1,1%. No acumulado de 12 meses o indicador
apresenta um avanço de 3,0%. Os dados estão de acordo com o esperado pelas grandes
instituições financeiras no País.
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