JUROS ALTOS ENCARECEM O CUSTO DE VIDA
13-12-2024
Um dos fundamentos da economia é a taxa de juros. Ela é a remuneração do capital financeiro. No relacionamento entre a esfera produtiva e a esfera monetária, que são os hemisférios do sistema econômico, a taxa de juros é variável endógena, visto que ao Banco Central cabe o papel de saber jogá-la.
Ao reajustar a taxa básica de juros, a SELIC, o Banco Central
fixa um patamar pelo qual as demais taxas de juros da economia, em geral, giram
em torno dela. Geralmente, os bancos praticam juros bem mais altos porque deixam
retenções obrigatórias no BC, para que ele controle a velocidade de circulação
monetária sobre os depósitos à vista e os depósitos a prazo, além dos tributos
que neles poderão incidir.
Taxas altas encarecem o crédito, ficando mais caro para o
consumidor, que muitas vezes procura recursos junto ao cartão de crédito e ao
cheque especial. Caríssimos. Como grande parte da população não possui a devida
educação financeira, ele não chega a fazer contas e joga os pagamentos para à
frente. O crédito para a produção agropecuária, para a indústria e para o setor
de serviços pode até custar um pouco acima da SELIC, mas custa menos do que aquele
para o consumidor. Contudo, existem programas especiais, tais como para a casa
própria, principalmente para a baixa renda, além dos incentivos financeiros de
regiões menos favorecidas, sujeiras à seca ou o excesso de chuva, que podem ser
ainda mais baratos. Ademais, o BNDES, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste, que
são bancos oficiais, tem linhas de crédito com benefícios financeiros e até
redução de juros pela adimplência do tomador.
Os fatos recentes, tais como o recrudescimento inflacionário
da economia doméstica, e a alta do dólar, em razão de forte valorização daquela
moeda, mais a desconfiança do mercado financeiro a respeito do pacote de
contenção de gastos, influenciaram ao que o Banco Central persista com o ciclo
de alta da taxa básica de juros.
A decisão de ser majorada a taxa de juros se iniciou em
setembro com 0,25%, outra de 0,50%, em novembro e agora veio a terceira alta,
para 1,00%, surpreendendo o mercado financeiro, devido ao fato de que a maioria
das instituições consultadas esperavam, desta vez, uma elevação da SELIC de
0,75%.
Em comunicado à imprensa, o Comitê de Política Monetária do
Banco Central explicou que a elevação da SELIC devido às incertezas externas e
ao pacote de contenção de gastos, que na verdade é um pacote fiscal, ficou de
difícil assimilação pelos financistas.
A taxa SELIC, agora, de dezembro, ficou igual àquela de
dezembro do ano passado (12,25%). A alta consolida um ciclo de contração da
política monetária, após passar um ano, em 13,75%, entre agosto de 2022 e
agosto de 2023, a SELIC teve seis cortes de 0,5%, seguidos e um de 0,25%. Entre
agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho o
referido Comitê decidiu manter a taxa SELIC em 10,50% ao ano.
Em resumo, a taxa SELIC é o principal instrumento do Banco
Central de controle inflacionário.
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