ACOMODAÇÃO NATURAL DO DÓLAR
07-01-2025
Acomodação natural do dólar foi o dito ontem pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao descartar a possibilidade de que o governo iria elevar fortemente o Imposto de Operações Financeiras (IOF), para o valor do dólar se reduzir drasticamente perante a moeda brasileira. Ora, a especulação é uma aposta e, se quiserem, os grandes financistas internacionais podem lançar mão de muito dinheiro (US$) e até exaurir os presumíveis cerca de US$330 bilhões de reservas internacionais brasileiras. Não seria a primeira vez. A última foi em 1999, quando o câmbio se tornou flutuante e é até hoje. Antes, tinha colapsado o regime de câmbio, de duas bandas cambiais (semi-fixo), advindo do Plano Real (1994), que, por sua vez, substituiu o câmbio fixo. Para um ou mais grandes conglomerados financeiros e produtivos seria tarefa complicada, mas não impossível, fazer um ataque à moeda brasileira. Afinal, reza a lenda de que cerca de 13 famílias de financistas dominaram e dominam o mundo desde a Idade Média.
A ideia de que 13 famílias poderosas controlam a economia
mundial é parte das chamadas teorias da conspiração. Não existem evidências
empíricas verificáveis. Somente especulações. Constam dos manuscritos que
existiram e existem, clãs aristocráticas, dinastias bancárias e famílias
empresariais influentes que se perpetuaram. São as treze famílias: (1)
Rothschild, banqueiros ingleses, proeminentes desde o século XVIII; (2)
Rockfeller, família de americanos, donos do império petrolífero Standard Oil,
proeminentes desde o século XIX e XX: (3) Morgan, cuja holding é o JP Morgan, banqueiros
americanos, contemporâneos dos Rockfeller; estes dois grupos tiveram fortes
influências na transformação do que hoje a poderosa Nova York; (4) Médici,
família poderosa do Renascimento, banqueiros do Vaticano e patrono das artes;
(5) Orsini, talvez a mais antiga família aristocrática italiana, desde a Idade
Média, passando pelo Renascimento e com ligações com a Igreja Católica; (6)
Habsburgo, dinastia que governou vastos territórios e que teve papel central no
Império Romano-Germânico; (7) Windsor, família real britânica, símbolo da
continuidade da influência da “casa deles” e na economia global; (8) Du Pont,
clã industrial americano ligado à indústria química, muito poderoso há mais de
dois séculos; (9) Bush, aristocratas americanos e ligados a bancos, que fizeram
dois presidentes americanos; (10) Vanderbilt, americanos riquíssimos ligados
aos transportes, especialmente às ferrovias dos últimos séculos; (11) Carnegie,
família americana, que acumulou grande fortuna principalmente da indústria de
aço; (12) Astor, rica família americana que acumulou riqueza com o comércio de
imóveis, notadamente em Nova York, além de peles; (13) Russel, família
americana comerciante, com expressão política desde os tempos coloniais.
Referidas famílias são associadas ao controle de bancos centrais globais,
sociedades secretas como os Illuminati e a Maçonaria, além de instituições
globais como o FMI, o Banco Mundial e a ONU. Um simples exemplo do que é
ventilado, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que compõe um
conjunto de 10 bancos centrais em território americano, tem 50% é de capital
privado.
Ontem, o dólar recuou no Brasil, para R$6,11, mas recuou em bloco em todo o mundo, devido à especulação de que o presidente Donald Trump não seria tão duro assim como estão dizendo. No entanto, convém lembrar a Doutrina Monroe, anunciada em 1823, pelo então presidente americano James Monroe, que tinha como slogan “América para os americanos”, proclamando que o continente americano deveria ser livre da colonização e interferência europeia, consolidando a posição de que o Hemisfério Ocidental era de interesse exclusivo dos americanos. Mais de dois séculos depois, os dois presidentes têm ideias bastante parecidas. Poucos se arriscam a predizer o futuro com dados estatísticos e econométricos, mas o que existe mesmo é especulação. Convém também aqui lembrar que John Maynard Keynes, em seu livro Teoria Geral do emprego dos juros e da moeda (1936), já ensinava que as pessoas demandam dinheiro, não por dois motivos, como diziam os economistas clássicos, ou seja, motivo de transação e motivo de precaução, mas, por três motivos, adicionando à teoria clássica o motivo de especulação.
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