O FAROL DA TAXA SELIC
30-01-2025
A ciência econômica ou a teoria econômica fornece um conjunto
de sinais, após ser transformada em modelos. O modelo monetário tem como
principais variáveis, conforme apregoou Keynes, em seu livro “Teoria Geral do
emprego, do juro e da moeda”, publicado em 1936, justamente, o juro, como
variável dependente, para a sua funcionalidade. Um fenômeno que desestabiliza o
sistema econômico que é a inflação. Para combatê-la, os economistas dos bancos centrais
pelo mundo acionam ela. Foi isso que se deu ontem, nos Estados Unidos, o
Federal Reserve (FED), banco central de lá, decidiu manter a taxa básica de
juros na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, enquanto a inflação de lá, tida como o
Índice de Preços ao Consumidor, registrou em dezembro 2,9%, enquanto o centro
da meta deles é de 2,0%. No Brasil, o Banco Central (BC) elevou a taxa básica
de juros, a SELIC de 12,25% para 13,25%, visto que a inflação está fugindo do
controle, qual seja, o centro da meta de 3,0%, mais o viés de alta de 1,5%,
tendo a sua soma, de 4,5%, ter ultrapassado, em 4,83% no ano passado, em
direção a mais de 5,0%, neste ano, tendo o BC reiniciado o ciclo de alta em
setembro, sinalizando parar, na reunião de março, mediante mais uma elevação de
1,0%. Se a inflação convergir para o centro da meta, ele sinaliza que poderá
parar ou até reiniciar o ciclo de baixa. Portanto, baseado em estudos, nos
quais o BC projetou uma taxa inflacionária deste ano de 5,2%, sinaliza com o
farol da SELIC alta, a política monetária, como fonte da política econômica. Em
dezembro, a estimativa do BC era de uma inflação de 2025, de 4,5%. Porém, com
os sinais de elevação, captados neste janeiro, a estimativa passou a 5,2% e,
segundo ele, não teve alternativa senão elevar a SELIC, mesmo com o Presidente
da República, os partidos políticos que o apoiam, os sindicatos, as classes
produtivas serem contra, mesmo com o presidente Lula ter indicado o presidente
do BC atual, mesmo assim, a SELIC se elevou e referendou a crença de que
inflação se combate com taxa de juros.
No seu comunicado ao mercado, o BC informou que o mercado de
trabalho e atividade econômica permanecem aquecidos, ou seja, o desemprego se
retraindo cada vez mais e a economia girando acima do PIB potencial,
pressionando a inflação e o nível futuro de preços ao consumidor amplo.
Segundo o BC: “O cenário mais recente é marcado por
desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação,
resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que
exige uma política monetária mais contracionista. Sem prejuízo de seu objetivo
fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica
em suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno
emprego”.
Acima, tem-se uma tautologia no comunicado
do BC, visto que ele quer combater a inflação, reduzindo o nível de atividade e
fomentando o “pleno emprego”. Pleno emprego não existe. Ele é somente uma
referência de um ideal.
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