PAÍS EM CICLO PERVERSO
05-01-2025
Na verdade, o País está entrando em longo ciclo perverso. Veja-se,
então, em março de 2020 a taxa básica de juros, a SELIC, era de 3,75%. Até
então o mais baixo da história da SELIC. Em resposta à desaceleração econômica,
provocada pela pandemia da COVID-19, a referida taxa veio caindo até agosto de
2020, marcando o menor e inacreditável 2% ao ano. Depois iniciou o ciclo de
alta, após atingir 13,75%, em agosto de 2022. Permaneceu nesse patamar até
agosto de 2023, quando se iniciou o ciclo de baixa, depois de três anos. Alcançou
até maio de 2024, 10,75% anuais, quando foi interrompido o ciclo de cortes,
permaneceu estável, mas em setembro reiniciou o ciclo de alta, fechando o ano
de 2024 em 12,25% anuais. As projeções do mercado financeiro são de que a SELIC
continue subindo em 2025, com estimativa de até 14,75% no ano. A projeção do
mesmo mercado financeiro, para 2026 é que se encerre em 10,75%. Como se vê, as
estimativas desde agosto de 2022 até o final de 2026 é de que a SELIC esteja acima
de dois dígitos.
Em entrevista recente à Folha de São Paulo, um dos maiores
empresários do País foi quem se referiu ao ciclo perverso na economia
brasileira. Trata-se de Rubens Menin, de 68 anos, que fundou o grupo MRV, em
1979, sendo presidente do Conselho de Administração. Também é fundador e
presidente do referido conselho da Log Commercial Properties, empresa de
propriedades industriais e comerciais, da AHS, do ramo imobiliário, localizada
em Miami, além da CNN Brasil. É proprietário da Rádio Itatiaia e tem
participação no SAF do Clube Atlético Mineiro.
Para ele, os juros praticados para quatro anos de dois
dígitos tornam muito difícil para os industriais manterem ou fazerem novos projetos
de investimentos. No seu caso, do ramo imobiliário, colocou que está perverso sobreviver
e estimular a construção civil, com juros acima de 10% anuais. No Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimo se consegue operar, visto que o prazo de
pagamento é longo, mas pode haver sobressaltos. Somente consegue melhor operacionalizar
empreendimentos no Programa Minha Casa, Minha Vida, que é subsidiado e tem
juros menos da metade dos referidos 10% anuais.
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