REEDIÇÃO DO AMERICAN FIRST
22-01-2025
Começou no dia 20, passado, o
segundo mandato do presidente Donald Trump. Seu lema continua o mesmo: American
First. Traduzindo, Estados Unidos da América em primeiro lugar. A economia já está em primeiro lugar
há mais de um século. Depois de anexação de territórios, em sua etapa de
colonização, que se transformara, depois, em estados e, da compra do Alaska,
também, os Estados Unidos se tornaram o primeiro lugar em território mundial.
Mesmo antes de ser tornar a maior economia do mundo, os EUA defenderam, em 02
de dezembro de 1823, há mais de 200 anos, a Doutrina Monroe, pelo discurso
anual no Congresso do presidente James Monroe. Note-se que não havia muito
tempo da independência política dos Estados Unidos, de 1776, cerca de 47 anos
depois, assim como a maior economia do planeta era o Reino Unido. Mas, desde
aquela época, a citada doutrina tinha como lema “A América para os Americanos”.
Preparavam então a hegemonia que viria em cerca de um século, por volta de
1871, quando superou o Reino Unido. É o primeiro país em termos bélicos. É o
primeiro produtor global de petróleo. É o primeiro lugar em ganhar as Olímpiadas.
É o detentor da moeda que mais realiza transações mundiais, o dólar, com mais
de 80% dos negócios. Sempre foi um país guerreiro e Donald Trump tem tal
sentimento imperialista, querendo mais. Pretende ele submeter aos seus ditames
a economia global.
Em sua posse, fez um discurso, em torno de 30 minutos, de
improviso. Assinou por volta de cem decretos, para cumprir o que prometeu e vai
na sua direção “norte-americano em primeiro”. Na economia, começou taxando as
importações, que vem do Canadá, em 25%. Os demais parceiros serão taxados, na
medida em que os EUA se vejam em segundo plano. Como criticava a Organização
das Nações Unidas, declarou sua saída da Organização Mundial da Saúde, onde era
o maior financiador, órgão que escolheu por não tratar bem as pandemias,
segundo ele. Vinha fazendo os EUA aportes de 500 milhões de dólares anuais, o
que vai ser suprimido. Retirou-se da Conferência do Clima, que estabeleceu
severas metas de descarbonização, em Paris, em 2015, numa clara alusão de que
iria continuar produzindo mais petróleo, oriundo do xisto betuminoso, altamente
poluente. Declarou que iria expulsar milhares de imigrantes clandestinos ou
irregulares nos Estados Unidos, vindos principalmente da fronteira com o México.
De que iria retomar o Canal do Panamá, aludindo que o canal tinha sido doado
pelo seu país e que agora era dominado principalmente por capitais chineses. De
que taxaria as exportações do crescente grupo de países, chamado de BRICS, no
caso deste criar a própria moeda, em detrimento do dólar, em 100%. Dentre
outras decisões.
Em resumo, o caldo que transparece até agora é de que as
taxações de produtos e serviços são inflacionárias, visto que os empresários
taxados irão repassar os tributos nos preços. Quer dizer, nova onda
inflacionária mundial é esperada para este e para os próximos anos.
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