REMANEJAMENTO DE VERBAS NA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA
14-03-2025
É incrível o fato de que o País já se encontra em meados de março
e o orçamento anual para 2025 não foi ainda aprovado, desde quando o governo
enviou o Projeto de Lei Orçamentária (PLO) em 31 de agosto de 2024, prazo
limite de envio ao Congresso Nacional. quer dizer, já se trabalhou cerca de 25%
do ano. O que existe de dificuldade? Projeto de lei muito extenso e com muitos
interesses em discussão. Ademais, improvisando, fica o Executivo, fazendo
proposta de remanejamento de verbas à Comissão Mista do Orçamento, tendo como
relator, senador Ângelo Coronel (BA), relativa a mudanças de R$39,5 bilhões,
visado acomodar novas propostas de gastos, que antes não estavam previstas,
tais como a do Vale Gás e a do Programa Pé de Meia, este para auxílio dos
estudantes do ensino médio, e transferir recursos de programas já existentes.
Com a grande queda de popularidade do presidente Lula, a equipe de governo
procura criar ou reforçar programas populistas.
Em vista do remanejamento de R$7,6 bilhões do Programa Bolsa
Família, só, recentemente, sendo conhecidos resultados do “pente fino” nos
benefícios, novos gastos puderam ser acomodados. O Executivo fez isto para não
estourar a meta orçamentária de procurar zerar o déficit primário. Mas, longe disto está em ações, visto que
está analisando mais benefícios à camada de renda de seu maior apoio.
Outrossim, os mercados reagiram positivamente ao fato de que
o governo federal se inclinando a reduzir verbas do Programa Bolsa Família,
reconhecendo que há abusos na obtenção dos referidos benefícios. Deveria ir
mais além, já que muitos que poderiam trabalhar, formalmente, isto é, com
carteira assinada, não o fazem, visto têm preferido receber os benefícios e
ficar no trabalho informal. Outros, querem permanecer no Programa,
indefinidamente, visto que preferem a ociosidade. O País precisando de mão de
obra e ela se escondendo ou se omitindo para trabalhar.
Há também reduções em diversos fundos públicos e em reservas
de contingência, visando acomodar despesas, que, somente com o Programa Pé de
Meia, há estimativa de gastar-se neste ano R$11 bilhões.
O líder do governo no Senado, senador Randolfe Rodrigues (AC),
declarou que, ainda nos próximos 60 dias, o governo deverá levantar novos
remanejamentos, para cumprir determinações do Tribunal de Contas da União, que,
em fevereiro, deu 120 dias para a inclusão de despesas com outros programas que
não tenham verba no orçamento, inclusive, como reajustes do funcionalismo, nos
termos dos acordos com os sindicatos, que não estavam previstos até agosto.
Enfim, um governo gastador como o atual sempre está passando
sufoco e correndo risco de não ter contas aprovadas. Se tivesse um bom sistema
de planejamento isto poderia não ocorrer. No entanto, o Ministério que dirige a
equipe econômica é o da Fazenda, e não o do Planejamento, que, inclusive, pode
até menos do que o Banco Central. Estes três são as autoridades monetárias que
compõem o colegiado máximo de política econômica do País, o Conselho Monetário
Nacional. Todo dia se vê nos holofotes, quem? Fernando Haddad, Ministro da
Fazenda, apresentando as suas contradições: diz que normatizaria a reforma
fiscal para beneficiar os capitalistas, mas quer arrecadar mais; diz que quer
superavit primário e somente tem obtido déficit primário, mensalmente. Dentre
outras maldades ou falta de reformas que impulsionem o crescimento.
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