ALA BUSINESS DO CRIME ORGANIZADO
30-06-2025
O nome já diz: crime organizado. Segundo informes dos
jornais, em todo o País existem cerca de 80 facções, atuando nas 27 unidades da
federação. Nas reportagens policiais há referência a dois grandes grupos:
oriundo do Rio de Janeiro seria o Comando Vermelho (CV) e oriundo de São Paulo
seria o Primeiro Comando da Capital (PCC). Uma curiosidade, o CV e o PCC não
são protagonistas no Rio Grande do Sul. Tampouco, o PCC não protagoniza no Rio
de Janeiro e o CM não protagoniza em São Paulo, conforme informações correntes.
Não se examina aqui a natureza deles, mas como se organizam na economia formal.
No site da Folha de São Paulo, de ontem, iniciando, há a seguinte referência:
“Conversas sobre o crime organizado, antes restritas ao ambiente da crônica
policial, ganham espaço no coração financeiro do Brasil: quem frequenta as sedes
dos bancos e empresas na região da Faria Lima, em São Paulo, está preocupado
com o PCC e o CV... Investidores estrangeiros querem entender como essas
facções estão agindo no mercado brasileiro e, à mesa, em almoços e jantares, os
principais homens de negócios do País discutem como podem ser afetados... A
Folha entrevistou empresários, gestores de fundos, inclusive internacionais,
economistas e líderes de entidades e ouviu a mesma preocupação: as facções
estão encontrando brechas na economia formal, ameaçando não apenas os ganhos
das grandes empresas que atuam na legalidade, mas também a segurança do
ambiente de negócios... A leitura é que, se os criminosos chegarem a
comprometer grandes companhias de São Paulo, perde-se o Brasil... ‘O crime
organizado, de todas as vertentes e tamanhos, está entrando com tudo em uma
série de setores, criando concorrência desleal para quem trabalha na
legalidade’, disse à Folha o empresário Rubens Ometto, controlador do grupo
Cosan, que atua em áreas como ferrovias, usinas de açúcar e álcool,
distribuição de combustíveis... Operações policiais já indicaram que as facções
estão se infiltrando em áreas tão diversas como refino, distribuição e venda de
combustíveis, mercado imobiliário, transportes privado e público, clínicas
odontológicas e diferentes serviços, como de internet, saúde, limpeza urbana,
coleta de lixo e até no setor
financeiro”. Enfim, cita-se vários exemplos e de até infiltrações até nos três
poderes constituídos.
Uma reportagem recente do jornal Correio da Bahia revelou que
facções criminosas estão expandindo seu controle territorial em diversas
regiões do Estado, principalmente na capital, Salvador, além da região
metropolitana. Ente as práticas identificadas estão: 1) cobrança de pedágios e
‘taxas de segurança’, em bairros dominados por facções; 2) extorsão dos
moradores que possuem mais de um imóvel, obrigando a pagamento de valores
mensais; 3) imposição de regras locais, como horário de funcionamento para
comércio e circulação de pessoas; 4) intimidação de famílias e comerciantes sob
ameaça de violência. A dinâmica não se limita a favelas ou áreas periféricas,
atingindo também zonas urbanizadas e cidades do interior.
Gary Becker, economista da Universidade de Chicago e ganhador
do Prêmio Nobel de Economia de 1992, tem vários textos sobre as atividades tidas
como marginais. O ponto central da abordagem dele é de que as escolhas dos
indivíduos, inclusive na marginalidade, são racionais, ou seja, tomadas com
base em custo-benefício, mesmo quando envolvem comportamentos ilegais e
informais.
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