JUROS SUBIRAM E A BOLSA CAIU MUITO

 

21-06-2025


Os juros básicos da economia subiram 0,25%, anteontem, e a bolsa de valores caiu 1,15%, ontem.

Por que os juros básicos da economia brasileira subiram para 15% ao ano e por que a bolsa de valores caiu fortemente? Muito simples: em economia, se os juros sobem e se elevam a patamares maiores do que as taxas médias de lucro das empresas, há maior alocação de recursos em atividades financeiras do que em atividades produtivas. Sim, as atividades financeiras não produzem nada, mas geram riquezas, transformadas em dinheiro ou em suas representações, tais como as chamadas de capital financeiro.

Para Karl Marx, em seus livros do composto chamado de O Capital, o capital financeiro é um parasita. Ele repousa sobre o capital produtivo. O financeiro não produz nada. Ele transfere valor, em termos monetários.   

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC), desde setembro de 2024 já elevou a taxa básica de juros, a chamada SELIC, em 4,5%, chegando agora a 15,0% anuais. Tal ciclo de alta da SELIC, reporta-se ao distante ano de 2006, quando a SELIC fora de 15,25%. Em relatório de mercado, o BC afirma persistir com o ciclo de alta no citado pico, por tempo prolongado, até que a inflação convirja para o distante centro da meta de 3,0%, vindo passar o teto da meta de 4,5%. Hoje a inflação de 12 meses, até maio, está em 5,2%. A posição ortodoxa do BC está em linha com a política monetária dos bancos centrais, ao redor do mundo. Embora aqui, o centro da meta inflacionária seja de 3,0% ao ano. Nos países mais desenvolvidos, em geral, de 2,0% anuais, conforme o Federal Reserve e o Banco Central Europeu.

A meta inflacionária aqui de 3% é 50% maior do que a de 2% dos países desenvolvidos. Mas, a taxa básica de juros aqui, de 15% é três vezes mais do que a taxa básica de juros dos Estados Unidos, por exemplo, ao redor de 5%. Por que tão grande distorção?

Pelo menos, seis explicações para a SELIC elevada em tão grande patamar. A primeira explicação é de uma inflação que está alta e instável. A segunda, o risco fiscal elevado. O País tem apresentado déficit primário por muitos anos, desde 2014. A terceira, a credibilidade do Banco Central em construção, há pouco tempo que se diz independente. A quarta, a moeda brasileira é frágil. A quinta, a dívida pública é alta e crescente. A sexta, a limitada eficiência do sistema financeiro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

HOJE DEFINIÇÃO DA TAXA BÁSICA DE JUROS

PROJETO DE TARIFAS ALFANDEGÁRIAS RECÍPROCAS

TIRO SAIU PELA CULATRA