MAIOR ALTA DOS JUROS DESDE 2006

 

20-06-2025


Mais uma página da conjuntura econômica para debate, a seguir.

Há quase 20 anos, em 2006, o Banco Central prefixou uma taxa básica de juros nominal, a SELIC, em 15,25%. A maior de lá para cá. Na reunião desta semana elevou a SELIC para 15,00% ao ano. Afirmou que a citada taxa ficará por tempo bastante prologado. A inflação oficial até maio, em doze meses é de 5,20%. Assim, a taxa SELIC em termos reais, isto é, descontada a inflação, é de aproximadamente 9,32%. A segunda maior do mundo. A explicação do BC é de que há tensões internacionais de conflitos bélicos, elevando preços das commodities, notadamente, do barril do petróleo, bem como a inflação brasileira, que  está longe de convergir para o centro da meta de 3,00%, ultrapassando o teto da meta de 4,50%, que é a política definida pelo Conselho Monetário Nacional.

Conforme estudo da BigDataCorp existem atualmente no Brasil por volta de 25,3 milhões de empresas ativas. Isto é, que estão operando de fato, uma elevação de 16,1% em relação ao ano anterior. Isto devido ao grande incremento dos Microempreendedores Individuais, que se constituem em torno de 78,7% do total, devido aos tributos serem menores e as taxas de juros também menores de algumas formas (poucas e em regiões beneficiadas) de crédito. Microempresas e empresas familiares pequenas representam quase 10,0%, somando os dois lotes se tem 88,7% das empresas ativas. No Brasil, o número de registros de CNPJs ultrapassou 64 milhões. Por este dado se vê quão grande é a mortandade das firmas brasileiras. Juros tão altos levarão, seguramente a mais desaparecimentos empresariais, principalmente dos menores grupos.

Por que os juros básicos da economia brasileira são tão elevados? O Banco Central no sistema capitalista age praticamente igual em todo o mundo. Existem inúmeros estudos de que há uma correlação negativa entre juros básicos e inflação. Ou seja, se os juros sobem, a inflação desce e vice-versa.

Em termos de ciência econômica, visto que a ciência referida é aquela na qual há o dilema do capitalista é produzir ou viver no mercado financeiro. Ou, a combinação das duas formas, na medida em que acumula capital, seja em termos físicos, em dinheiro ou intangível. A lei geral do capital é de que ele vai ser aplicado onde maior é a taxa de lucro.

Nos seios empresariais existem várias empresas nas atividades econômicas que protestam, veementemente, pelas suas representações classistas. Na área financeira não há reclamação de juros tão altos. Na área industrial a reclamação é a maior possível visto que a indústria é agregadora de produtos e insumos, precisando muito de capital de giro, que tem juros caros, nas circunstâncias atuais. O mesmo acontece, em menor proporção, na agropecuária e, em menor, proporção no comercio e nos serviços, que são menos agregativos de insumos.

Em resumo, para combater o hiato inflacionário, definido entre demanda agregada e oferta agregada, o Banco Central, que acompanha diariamente a conjuntura econômica, tem como principal instrumento o uso da taxa básica de juros.

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