O BRASIL CONTRATOU UMA CRISE FISCAL
22-06-2025
Em entrevista ao site da CNN Brasil, divulgada hoje, o ex-Ministro
da Fazenda, Maílson da Nóbrega, aquele mesmo que assumiu o referido ministério,
dizendo que iria fazer uma política econômica de “feijão com arroz”, em 1988,
depois do fracasso do Plano Bresser, que, na sequência, do Plano Cruzado, de fevereiro
de 1986, do Plano Cruzado II, de novembro de 1986, do Plano Bresser, de 1987, os
quais todos três fracassaram em conter uma inflação na casa de três dígitos. Em
janeiro de 1989, Nóbrega lançou um surpreendente Plano Verão, outro retumbante
fracasso. Na sequência, haveria o Plano Collor, de 1990, além do Plano Collor
II, de 1991. Todos os seis, chamados de planos, que não eram planos, mais programas
de estabilização, fracassaram, veementemente. Só o Plano Real, de 1º de julho
de 1994 triunfou, mas sendo também um programa de estabilização econômica, que
deu certo e está aí até hoje, completando, nos próximos dias, neste 2025, seus
31 anos. Ademais, Nóbrega mantem uma empresa de análise econômica, declarando
que no governo de Lula: “O Brasil contratou uma crise fiscal”.
Para ele, o orçamento público tem mais de 90% de despesas
obrigatórias, que vem em forma crescente, em direção aos 100%, que, poderiam
chegar, nos dois próximos anos em uma crise fiscal. É sabido que cerca de 50%
do orçamento brasileiro são de despesas da Previdência Social. Seguem os gastos
com o funcionalismo, com a saúde, com a educação e programas sociais. Há,
ainda, um nível mínimo de investimentos quem precisam ser realizados, não
somente para repor a depreciação com mais capital fixo, como também de algum
investimento novo.
Nobrega se referiu a que: “No mundo todo, na média, os
governos dispõem de 50% do orçamento para definir prioridades. Nos Estados Unidos
esse número chega a 70%. Na atual gestão sobram 4% para o governo fazer o
resto. Vai ser zero daqui a dois anos”, a referida crise. Para evitar um
colapso, uma das alternativas seria o corte de gastos. Porém, pela Constituição
de 1988, fica inviável fazer cortes em gastos obrigatórios, bem como o governo
federal não tem condições de fazer reformas estruturais, já que não tem maioria
no Congresso Nacional. Ainda assim, no limite em que se encontrará, segundo
ele, não restará alternativa a não ser fazer uma reforma da Previdência Social,
muito “mais ousada” do que a anterior, além do fim da vinculação do salário
mínimo aos benefícios previdenciários. Enfim,
Nóbrega se refere ao “sanatório orçamentário”, ao referir-se às contas
nacionais, indo em busca pela sanidade orçamentária.
Em conclusão, ele disse: “O Brasil só volta a crescer
minimamente, para continuar a ter o sonho de um país rico, se aumentar a
produtividade”. Ele ainda parece muito confuso. “Só volta a crescer,
minimamente”. É isto que acontece hoje. “Se aumentar a produtividade”. Vago. Seria
o óbvio. Mas, como? Por passe de mágica?
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