PIB DO PRIMEIRO TRIMESTRE

01-06-2025


Como sempre, o IBGE divulga o cálculo do PIB trimestral bastante atrasado. Isto é, quase dois meses depois. O argumento é de que é preciso divulgar o resultado com muito cuidado. Ademais, ao agregar os PIBs trimestrais no PIB anual, ainda o IBGE pode fazer revisões anuais, como tem feito todos os anos, tal como se procurasse erros em estatísticas coletadas. Na época do regime militar (de 1964 a 1984) falava-se que a demora se devia a manipulações para favorecer o regime. Algo muito difícil de provar, tanto naquela época como agora.

As projeções do mercado financeiro é de que cessem os efeitos da safra recorde no próximo trimestre, quando, no final dele, começará as plantações para o próximo ano. Não se acredita que a economia brasileira reagirá com substancial crescimento. As conjunturas nacional e internacional não estão ajudando e se prevê crescimento baixíssimo ou nulo nos três últimos trimestres do ano. Decorre daí as expectativas de que o incremento do PIB em 2025 não seja superior a 2% ou seja até menor.

O PIB divulgado dos três primeiros meses do ano foi de um incremento de 1,4%, em relação ao último trimestre de 2024. O governo federal esperava que fosse de 1,8%. A média estimada pelo mercado financeiro, consultado semanalmente pelo Banco Central, era de 1,5%. A agência Bloomberg estimou um intervalo, que poderia estar entre 0,9% a 1,9%. Era esperado que crescesse bem, visto que para a agropecuária se estava aguardando uma grande safra e foi o que aconteceu. Ela cresceu 12,2% no referido trimestre. Já a indústria recuou 0,1% e o setor de serviços cresceu 0,3% no mesmo período trimestral. 

O avanço do setor primário veio no embalo da recuperação do agronegócio, cuja safra de grãos tem efeito mais concentrado no início do ano. Entretanto, as projeções para os próximos trimestres é de que a economia poderá crescer bem menos, devido aos efeitos que as altas das taxas básicas de juros trazem para a economia brasileira, juros que tem a ação retardada de, pelo menos, seis meses, para que façam efeitos no processo inflacionário. Por seu turno, a economia aquecida, principalmente puxada pelo consumo agregado, provoca um hiato inflacionário crescente. Ademais, o decreto de elevação do IOF também vai na mesma direção dos efeitos inflacionários. Já há no mercado financeiro previsões de que a taxa básica de juros continue bastante elevada, visto que vem sendo usada para o combate da inflação. Previa-se que ficasse em 14,75% até o final de 2025. Porém, já há quem prolongue este nível ou que o ciclo de baixa da SELIC 

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