COLAPSO FISCAL EM 2027 SEGUNDO MAILSON
20-07-2025
O consultor econômico Maílson da Nóbrega, ex-Ministro da Fazenda ex-funcionário do Banco do Brasil, atual realizador de cenários da economia brasileira, declarou que 96% dos gastos federais primários são obrigatórios e somente 4% são deixados para exercitar políticas públicas essenciais. Estima ele que, em 2027, a totalidade do espaço fiscal será ocupado por gastos obrigatórios. Assim, “isso vai gerar um colapso em algum momento”.
Conforme seu exame, desde a Constituição de 1988, todos os
governos republicanos recorreram `a expansão da carga tributária para realizar
ajustes fiscais. O atual governo recorreu este ano a mais uma à elevação do
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ademais, pretende taxar as aplicações
financeiras isentas, a partir de 2026. Mesmo assim, como o Tesouro Nacional
prevê déficits primários crescentes até 2028, continua a equipe econômica
fazendo projetos para criar e descobrir novas fontes de arrecadação.
Quase tudo o que o governo atual prometeu fazer não está
conseguindo e dificilmente pode, com a atual rigidez da estrutura de gastos, além,
de o governo federal também está querendo gastar mais em novos programas.
Maílson acredita que o IOF deveria ser extinto, visto que “O IOF é uma
excrescência, porque ele não obedece a nenhuma das bases fundamentais da
tributação, que são a renda, o patrimônio e o consumo”. Só que a arrecadação do
IOF é de R$60 bilhões e virá ainda mais neste e nos próximos anos.
Argumenta ainda ele que a elevação do IOF não afetará apenas
os mais ricos, mas também as pequenas e médias empresas, que enfrentarão
elevação nos custos dos empréstimos.
Ademais, refere-se a que o salário mínimo cresceu 181% acima
da inflação desde 1990, além da sua vinculação com 60% dos gastos previdenciários,
contribuindo para que os gastos federais da espécie praticamente dobrassem em
proporção do PIB nos últimos anos. Trata-se de uma bomba-relógio dentro do
orçamento público, compreendendo a Previdência Social mais de 50% dos custos do
orçamento governamental.
Em suma, a política fiscal está explosiva, tanto do lado das
receitas como dos gastos públicos. Não é sem motivo que muitos analistas da
economia doméstica e internacional enfatizam seus difíceis aspectos de
alterações, que levam aos embates no Congresso Nacional entre o Executivo e o
Legislativo.
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