DESACELERAÇÃO ACENTUADA DA ATIVIDADE

 

31-07-2025


O grupo de comunicação Forbes, que anualmente classifica as maiores fortunas globais, tendo escritório neste País, a Forbes Brasil, em sua manchete de ontem do site, assim se expressou: “Mais tarifas sobre o Brasil significam desaceleração acentuada da atividade, diz FMI” (no título). Refere-se o FMI à atividade econômica. Isto é, de que haverá redução na taxa de crescimento do PIB. Tecnicamente, a questão é que poderá ser afetada a demanda agregada, onde as exportações para os EUA poderão ser restringidas, o que poderá deixar 10.000 empresas com sérios problemas, segundo estimativa do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que, inclusive, é o encarregado de negociações com o empresariado e que tem levado ao ministério da Fazenda, a urgência de fazer um plano de contingências, que, inclusive, já foi apresentado ao presidente Lula.

Na verdade, já existem algumas tarifas adicionais de 10%, neste ano, sobre certos produtos exportados, tais como o aço e o alumínio, que estão afetando as exportações brasileiras. Outros produtos, tais como alimentos in natura e carnes já sofrem afetação, mesmo antes do tarifaço, que poderá vigorar nos próximos dias. A expectativa é grande, mas, antecipando-se às negociações, o Brasil já pediu que o tarifaço não incidisse sobre exportações de alimentos e de aviões de pequeno e médio porte.

As negociações da China com os EUA foram concluídas em Estocolmo, na Suécia, sem um caminho claro para evitar que as tarifas disparem novamente, ao ponto de impasses entre as duas maiores economias mundiais. Sem um acordo é bem provável que ambos os países coloquem tarifas históricas adicionais, além do fato de que já foi anunciado nova data de início de novas tratativas, em 12 de agosto vindouro.

A análise do Estadão, de ontem, tem o seguinte título: “Brasil parado, à espera do fim do mundo, que talvez não venha”. O fato é que, se mexer na demanda agregada de forma contracionista, os prejuízos aparecerão nas quedas dos níveis de emprego e de renda.

Uma comitiva de oito senadores brasileiros esteve com oito senadores democratas e um senador republicano. Deles ouviram que o Brasil enfrentará “crise pior” em 90 dias. O que ouviram deles, de forma velada, é que haverá acirramento das tratativas com os EUA, que estão envidando esforços para acabar a guerra entre Rússia e Ucrânia, assim como, no grupo dos BRICS, existem compradores de produtos da Rússia, que estão alimentando de recursos a referida guerra, fazendo referência especial ao Brasil e a Índia. Para a Índia, os EUA bateram o martelo em tarifas de 25%, a partir de agosto. Recorde-se aqui que, na primeira onda de tarifas, para países “amigos” os EUA fixaram tarifas adicionais de 10%. Porém, agora, nesta segunda onda de oneração, têm fixado tarifas de 15% para estes “amigos”.

Enfim, ontem, Donald Trump manteve a tarifa adicional de 50% para os produtos exportados pelo Brasil, cerca de 4.000, deixando 697 produtos de fora dos 50%, sendo as principais exceções o suco e a polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo-se seus motores, peças e componentes, madeiras e celulose. Porém, as tarifas pegaram em cheio carnes, ovos e muitos outros produtos alimentícios. O decreto ontem assinado entrará em vigor no próximo dia 06 de agosto.

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