UMA DIGRESSÃO COM A PARÁBOLA EM BOLSA DE VALORES
05-07-2025
A digressão, como se sabe, é um desvio momentâneo do assunto
principal de um texto ou conversa, para tratar de mais um tema, para retornar
ao ponto central. Assim, a literatura se refere à disciplina “Matemática
Economia” (há livros com o nome da matéria) como aquela que traduz modelos de
análises multivariadas.
São três os significados da parábola: literário = narrativa
simbólica com ensinamento moral; religioso = história com lição espiritual; matemático
= curva geométrica com equações específicas. O que se quer aqui fazer a
referência é o sentido matemático, cujo equação padrão no plano cartesiano é y
= ax (este x, ao quadrado) + bx = c. Como a curva da parábola tem a forma de sino
invertido, nas duas pontas se têm os pontos máximos. No centro, embaixo, atingiu-se
o ponto mínimo e se tem o foco. Os analistas de bolsa de valores do Bank of América
estão se referindo a que a trajetória da parábola poderia ter chegado ao máximo
da sua segunda ponta.
No sentido literário, o Bank of América está dizendo que o
índice Standard & Poor’s 500 (S& P 500) pode estar dando sinais de
muito próximas vendas de ações. Recorde-se aqui que o S & P 500 é aquele que
registra os 500 maiores conglomerados empresariais do mundo. Ademais, que o
maior investidor global, Warren Buffett é um dos maiores acionistas do Bank of
América. Porém, o que isto quer dizer, em síntese? Que as bolsas de valores mundiais, inclusive a
do Brasil, estão renovando recorde atrás de recorde e que, provavelmente, poderá
ter chegado a hora de venda de ações. Mas, a visão parabólica é estática e a
bolsa de valores possui dinâmica própria, mediante a presença de investidores
comuns e de especuladores.
Michael Hartnett, estrategista do citado banco, avalia que os
riscos de uma bolha nas bolsas têm crescido e assim se referiu ontem: “Mercados
sobrecomprados podem permanecer sobrecomprados, porque a ganância é mais
difícil de dominar do que o medo”. Referido estrategista recomendou que os
investidores comecem a se desfazer de ações. A questão toda é se ele está ou
não blefando. Isso ninguém sabe.
No Brasil e no mundo se pode seguir o “modelo das
expectativas racionais”. Porém, quando entrar ou quando sair em bolsa deverá ser
feito pelo “feeling” de cada investidor ou especulador.
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