CONTABILIDADE MENTAL

 

26-10-2025

O economista Richard Thaler, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2017, tem em seus estudos, principalmente, ao derrubar um tabu em ciências econômicas de que o consumidor é racional. Uma crença que tem sido feita na teoria econômica tradicional. Ou seja, tomam decisões calculando a relação dos custos com os benefícios. Aliás, John Maynard Keynes, que é considerado o “pai” da economia contemporânea, foi mais além ao desenvolver o modelo de expectativas racionais. Thaler desmontou o referido princípio ao pontificar que existe uma contabilidade mental, na qual se comete enganos a partir de registros inadequados. Seus estudos sobre o comportamento financeiro revelam que fatores externos, tais como a melhor visibilidade de um produto na prateleira e a correria do cotidiano, fazem acreditar que as escolhas foram acertadas, quando, na verdade, as pessoas são levadas a perder dinheiro pelas escolhas inadequadas.

A contabilidade mental é influenciada por padrões de consumo coletivo não sustentáveis e prejudiciais ao meio ambiente.

Conforme o site e-Cycle: “A teoria da contabilidade mental surgiu na década de 1980... A contabilidade mental é um processo que descreve o conjunto de operações cognitivas usadas para organizar e aplicar nossos recursos financeiros. O mecanismo é simples: levados por emoções, falta de tempo para refletir ou racionalidade limitada, tendemos a tomar decisões de consumo pouco inteligentes, como fazer compras com altas taxas de juros. Você já percebeu que costuma gastar mais quando compra com cartão de crédito em vez de dinheiro vivo?

“Outro comportamento de consumo recorrente que exemplifica a contabilidade mental é o destino que damos ao décimo terceiro salário. Quase, institivamente, tendemos a alocar mais esse tipo de renda em diversão e lazer, ainda que o valor seja o mesmo que recebemos todos os meses. Isto porque o nosso cérebro compreende o décimo terceiro salário como uma renda extra, não como fruto de muito trabalho.  

“A lógica é a mesma que empregamos para gastar uma recompensa obtida por um jogo de loteria, por exemplo... A contabilidade mental o levará a aplica-lo em viagens, festas ou itens de consumo dispensáveis”.