RECADOS DOS LAUREADOS PELO NOBEL DE ECONOMIA AO BRASIL

 

15-10-2025


Anteontem, apresentados os três ganhadores do Prémio Nobel de Economia de 2025, as luzes se acenderam sobre os laureados: Peter Howitt, Philliped Aghion e Paul Romer.

 Eles são defensores das ideias de Joseph Alois Schumpeter, que é um dos mais influentes economistas do século XX, conhecido por suas ideias sobre o papel da inovação e do empreendedor no desenvolvimento econômico. Schumpeter nasceu na República Tcheca, então do Império Austro-Húngaro, em 1883, falecendo em 1950, nos Estados Unidos. Seu livro mais importante é Capitalismo, Socialismo e Democracia, publicado em 1942. Nesse livro ele apresenta as ideias da “destruição criadora”, segundo o qual o capitalismo se renova continuadamente, mediante as inovações, com novos produtos, tecnologias e métodos de produção substituindo os produtos antigos, impulsionando o progresso. No entanto, provoca crises e crescimento. São os chamados ciclos econômicos. Schumpeter foi contemporâneo de John Maynard Keynes, considerado o “pai” da economia contemporânea, já que Adam Smith é considerado o “pai” da economia moderna. As ideias de Schumpeter são muito parecidas com as de Keynes e eles sequer se conheciam.

Anteontem, Peter Howitt, canadense, mandou um tecado ao mundo desenvolvido sobre a Inteligência Artificial (IA). Para ele, a IA oferece ao mundo “possibilidades assombrosas” e se adaptará aos processos de formação de mão de obra.   

Ontem foi a vez de Phillippe Aghion, francês, laureado pelo College de France, Insead (França) e London School of Economics (Reino Unido). Ele, em entrevista, mandou um recado aos países emergentes, como o Brasil, com uma mensagem direta, interpretada pelo articulista Vladimir Teles, do Estadão, no site de ontem: “Implicações para o Brasil. Precisamos de menos proteção e, ao mesmo tempo, menos punição a empreendedores. De um ambiente regulatório e tributário que premie o risco e não a inércia. De instituições confiáveis, regras estáveis e educação de qualidade. E, sobretudo de um sistema que valorize quem inove, e não quem apenas sobrevive dentro das barreiras erguidas pelo próprio Estado. Crescimento sustentável nasce quando o governo cria condições para que a ‘destruição criadora’ opere plenamente, transformando rupturas em progresso”.    

O parceiro laureado do professor francês referido, Paul Romer, ontem, também se referiu ao Brasil. “Eu tenho dois conselhos para os brasileiros. O primeiro é para que saibam que o setor público existe par trabalhar para os cidadãos. Agora, o segundo conselho que eu daria para o povo do Brasil é para não deixar que os monopólios tecnológicos, os gigantes da tecnologia dos Estados Unidos tirem vantagem do País e destruam seus sistemas políticos. Ou seja, transformem os brasileiros em servos sob a frágil supervisão dessas empresas. Se fosse no meu país (EUA), eu proibiria o modelo de publicidade de gigantes, ou, melhor ainda, taxaria até que ele deixasse de existir. Esse não é o usual modelo de publicidade. Isto é publicidade direcionada e baseada em vigilância e conhecimento, conhecimento detalhado da manipulação e manipulação em nome de pessoas que fazem pagamentos de terceiros. Isso não é um mercado competitivo. Isso não é um sistema que tenha algum valor”.      

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