SEGUNDA PEÇA DO ORÇAMENTO FAMILIAR
04-12-2025
Hoje foi divulgado o crescimento do PIB do terceiro trimestre,
de 0,1%, sendo o cálculo trimestral que faz o maior instituto de estatísticas
do Brasil, que centra as suas pesquisas nas seis maiores regiões metropolitanas
do Brasil, sendo este indicador uma proxy da atividade econômica do País,
relativa aos 5.570 municípios nacionais. Praticamente, a economia está
estagnada e a renda também, mas a inflação continua a subir, muito embora em
ritmo menor.
Hoje também foi divulgada a pesquisa da Confederação Nacional
do Comércio acerca da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor. A
principal conclusão foi a de que as famílias que ganham até cinco salários
mínimos permanecem como as mais endividadas do Brasil, sendo os principais
motivos a tomada de empréstimos e o uso do cartão de crédito. O orçamento
familiar é uma peça deficiente e a segunda peça tem sido o cartão de crédito.
Acontece que um grande contingente parcela o débito mensal e este tem juros estratosféricos,
maiores do que aqueles praticados por agiotas. Os bancos e as financeiras se
aproveitam do fato há muitos anos, alegando que os riscos são maiores devido à
tomada do crédito automático, embora seja um crédito de custos menores para
eles. Eles se aproveitam e tem elevadíssimas taxas de lucros, aproximando-se de
20% ao ano, sendo das maiores obtidas na economia nacional.
Os cidadãos em referência sentem frios na barriga quando chegam
aos caixas dos supermercados ou de mercadinhos, para pagar suas compras
parceladas, que não são relativas às aquisições de viagens, de celulares e de
eletrodomésticos. Mas, tem sido de feijão, arroz, farinha, leite, sabonete e remédios.
As contas parceladas se utilizam de uma segunda peça orçamentária como se fosse
um segundo “salário” para sustentá-las.
Segundo o pesquisador Flávio Ataliba, do Instituto Brasileiro
de Economia da Fundação Getúlio Vargas, citado pela CNN Brasil, “Mais de 90%
das dívidas passam pelo cartão. Ele deixou de financiar sonho e passou a
financiar sobrevivência. A facilidade uso, aliada à falta de educação
financeira e a juros altíssimos do rotativo, transformou o cartão em porta de
entrada para o endividamento permanente”.
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