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Mostrando postagens de novembro, 2024

PACOTE DOS GASTOS PÚBLICOS

  29-11-2024 Depois de mais de um mês, o governo federal anunciou um pacote de redução de gastos públicos, tendo a equipe econômica produzido estudos de diminuição de R$70 bilhões das despesas públicas, para os exercícios civis de 2026 e 2027, sem, contudo, dizer ao certo como seriam feitas as medidas. O fato é que o governo central reluta em cortar gastos públicos, visto que cerca de 92% do orçamento são de despesas obrigatórias e, como governo gastador, já que elevou a máquina pública e aumentou os chamados gastos sociais, não quis cortar gastos, tanto no ano passado como neste ano. A isenção do imposto de renda para aqueles cidadãos que ganham até R$5 mil, promessa de campanha de 2022, foi reiterada e, provavelmente, será formalizada para valer a partir do próximo ano. Isto, associado às indefinições das áreas de cortes, levou o mercado financeiro a prever que a taxa SELIC poderá chegar a 14%, já que a inflação se acelerou na primeira quinzena de outubro, bem como a piora do...

CRIAÇÃO DE EMPREGO FORMAL CAIU

  28-11-2024 O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho mostrou que a criação de emprego formal caiu em outubro. Foram criados 132.714 empregos com carteira assinada, que é a diferença entre admissões e demissões. Em comparação com os meses de outubro, o volume é o menor desde 2020, ano o auge da pandemia do covid-19. A comparação não foi feita com anos anteriores, já que foi usada a nova metodologia do CAGED. A geração de empregos do mês passado caiu 30,3%, em relação ao outubro do ano passado. Em outubro de 2023 foram criados 190.366 novos postos de trabalho, após ajustes que consideraram as declarações que foram entregues com atraso. As notícias mais relacionadas foram a de o desemprego entre as mulheres, que foi maior em 45%, do que entre os homens. Já os empregos relacionados à tecnologia cresceram 95% em dez anos, conforme o citado ministério. O titular Ministério do Trabalho, Luiz Marinho, referiu-se a que a desaceleração na cria...

PRÉVIA DA INFLAÇÃO ACELERA

  27-11-2024 O IBGE divulgou ontem que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de novembro, tendo passado de 0,54% em outubro para 0,62%, na primeira quinzena deste mês, estando mais próximo das previsões inflacionárias pessimistas do mercado financeiro, auscultado semanalmente pelo Banco Central (BC). O aumento dos preços dos alimentos e das passagens aéreas acelerou a prévia da inflação no Brasil. O IPCA-15, em 12 meses, ampliou-se pelo segundo mês seguido, subindo a 4,77% em novembro, superando o centro da meta da inflação de 3,00%, mais viés de alta de 1,50%, limite de tolerância previsto em 4,50% pelo Conselho Monetário Nacional. Faltando uma reunião do Comitê de Política Monetária do BC, sinalizado um reajuste de 0,50%, fechando o ano a taxa básica de juros, em 11,75%, os analistas do mercado já cogitam em uma elevação da SELIC maior, de 0,75%. Referidos economistas já estão sinalizando que em maio de 2025 a SELIC chegue a 13,00%. A XP Investiment...

A SEMANA DA SELIC

  26-11-2024 Nesta semana, a imprensa divulga o Boletim Focus do Banco Central. A principal referência é de que os economistas apostam no final do ciclo de alta da SELIC, provavelmente em junho de 2025, que começou em setembro de 2024, vaticinando em 13% ao ano. Recomeçou em 10,50%. O que é a SELIC? ´É a taxa básica referencial do mercado financeiro, sobre a qual todos os outros sistemas de cobrança de juros se baseiam. Não menos, mas, mais juros. A economia funciona como? Tal como cérebro humano, são dois hemisférios. A esfera monetária e a esfera produtiva se comunicando.   Juros altos estimulam os rentistas e desestimulam os agentes produtivos. Não que estes não sabem se aproveitar das circunstâncias. Mas, seguramente, não são chamados a fazer projetos de investimentos. Nosso livro está no site da Editora Atlas, que eles mesmo colocaram com o nome de “Analise e Viabilidade de Projetos de Investimentos”. Queríamos que fosse Análise de Viabilidade e Projetos de Inve...

REUNIÃO DA NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇA CLIMÁTICA

  25-11-2024 A reunião anual das Organização das Nações Unidas sobre mudança no clima, também chamada de Conferência das Partes (COP, agora COP-39) ou Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança no Clima (UNFCCC), teve sua primeira edição em 1995 (COP-1), em Berlim, Alemanha. A conferência reúne representantes de governos, empresas, organizações não-governamentais e outros stakeholders globais para discutir e negociar ações relacionadas às mudanças climáticas. A COP-29 se realizou em Bahu, Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro. A próxima reunião, a COP-30 acontecerá de 10 a 20 de novembro, na cidade Belém, Pará, Brasil. Os olhos internacionais estarão diretamente voltados para a Amazônia, cobiça mundial. Os encontros servem para avaliar a meta financeira climática. O fundo de perdas e danos. O artigo 6 do Acordo de Paris, qual seja a finalização das diretrizes pra mercado de carbono. Atualização das contribuições nacionalmente. Ação climática, destinado a financiar projetos...

TAXA DE DESEMPREGO ATUAL

  24-11-2024 A taxa de desemprego atual, no terceiro trimestre de 2024, segundo o IBGE, ficou em 6,4%. É o menor valor deste 2014. Ela caiu em sete Estados e ficou estável em 20 deles. A pensar que já esteve em mais de 13% há alguns anos atrás, isto demonstra uma evolução muito grande no mercado de trabalho. Porém, há um limite de retração e já há sinais referidos de que poderá chegar nele, proximamente. O PIB brasileiro tem crescido nos últimos anos, depois da pandemia do covid-19, que se iniciou em fevereiro de 2020 e se findou em 2022, a qual levou a retração da economia global, pelo isolamento social imposto. Assim, o nível de emprego readquiriu seu dinamismo e a economia mundial respondeu e continua respondendo. No entanto, há um limite de crescimento do emprego e da renda. Zerar o desemprego é impossível. No capitalismo poderá ficar bem pequeno, próximo de 3%, 4%. No socialismo, eles dizem zero, como no caso de Cuba, mas o emprego superposto é visível. Por exemplo, na sala ...

CUMPRIR O ORÇAMENTO

  23-11-2024 O Congresso Nacional aprovou o orçamento público federal e de dois em dois meses o Ministério da Fazenda tem feito um relatório de receitas e despesas de cumprimento e de provisões. Neste, de outubro, a equipe econômica estima próximo do déficit primário zerado, isto é, com viés de R$28 bilhões, o qual poderá aproximadamente ser alcançado, em R$28,7 bilhões, quando estouraria a meta fiscal. O complicado em tudo é que o governo central tem que cumprir o orçamento. A meta fiscal do governo brasileiro pra 2024 é de um déficit primário zero, ou seja, um equilíbrio entre receitas e despesas primárias, sem incluir o pagamento dos juros da dívida. A lei do arcabouço fiscal permitiu prever uma margem de tolerância de até 0,25% do PI*B, equivalentes a R$28,8 bilhões. Isso significativa que o governo pode encerrar 2024 sem descumprir a meta. No caso da meta ser descumprida, entrem em vigor gatilhos fiscais previstos no novo marco fiscal. Esses mecanismos obrigam o governo ce...

BRASIL PAGA MAIOR VALOR DE JUROS DO GLOBO

  22-11-2024 O Brasil não tem a maior relação entre Dívida Pública Bruta sobre o PIB, ela está muito alta, mas não ultrapassa o percentual de cem por cento, quando outros países, tais como, entre os cinco maiores desenvolvidos estão os Estados Unidos, que estão acima de 120% e, a França, em cerca de 110%. Quem tem a maior relação referida é o Japão com 252%. Segue o Sudão com 239%. Singapura com 168%. Grécia com 160%. Itália com 143%. Só para ficar com estes. O Brasil tem a relação Dívida Bruta sobre o PIB atual de aproximadamente 85%, conforme declarado em reunião do G-20. Entretanto, é o País que mais paga juros sobre a dívida do mundo, visto que a taxa básica de juros está em 11,25% e tende a aumentar, em razão de estar em ciclo de alta. Os encargos da citada dívida estão por volta de 6% e o déficit nominal em torno de 9%. Logo, o déficit primário (que está incluído no déficit nominal) seria próximo de 3%, conforme cálculos apresentados hoje, em site, da CNN Brasil. Outra co...

TENSÕES EXTERNAS AUMENTAM A INFLAÇÃO

  21-11-2024 As tensões externas ameaçam a inflação mundial, bem como está transportando para o longo prazo a inflação brasileira de dois dígitos. Isto é ruim? Sim, visto que a inflação desestabiliza o aparelho produtivo e tem gerado pressões sobre níveis de emprego, tecnologia e distribuição de renda. No Brasil, por exemplo, as simples declarações de que o governo de Donald Trump irá ser protecionista, elevando as taxas de importação, valorizando o dólar e valorizando os ativos americanos, pode levar a inflação importada mais acima e hoje está calculada em cerca de uma repercussão de 30% na cesta dos produtos do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial. Ademais, foi anunciado que o governo de Donald Trump poderá deportar mais de 7,5 milhões, o que por lá é calculado como uma elevação de 3% na inflação americana. Por seu turno, continuam as pressões dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo, a chamada OPEP, para continuar elevando os preços do ba...

VISÃO PROJETADA É DE DOIS ANOS DE DIFICULDADES

  20-11-2024 De repente, parece que o mercado financeiro acordou, visto que a visão agora projetada é de que os dois próximos anos vão ser mais difíceis para o atual governo, do que os dois anos atuais, a despeito do que muitos estavam dizendo que têm acontecido nos anos de 2023 e 2024 fatores alvissareiros, tal como o crescimento do PIB por volta de 3% ao ano. Entretanto, parece que o legado deles não está sendo mais vistos como bons para 2025 e 2026. O que de repente parece ter mudado? Há três dias que se divulgou os resultados do Boletim Focus, semanal que apresentou por mais de dez vezes consecutivas a maioria das previsões pioradas dos fundamentos da economia brasileira. Os fundamentos da economia estão sendo prejudicados por inflação em novo ciclo de alta, já projetada para este ano como estourando o teto da meta inflacionária. Os juros básicos da economia em ascensão, estimados para continuar em dois dígitos em pelo menos mais um ano, o que desestimula os projetos de inv...

DÉFICIT PRIMÁRIO RECORRENTE

  19-12-2024 Por que tanto se fala em déficit primário do governo federal, tanto na economia doméstica como na economia internacional? Este é um conceito simples, observado quando as despesas do governo são maiores do que as finanças públicas. Ter saldo primário positivo é fundamental para o País pagar os juros da dívida publica e, caso sobre, para fazer investimentos em infraestrutura. Historicamente, o Brasil obtinha déficits primários sucessivos, o que era tomado de empréstimos e aumentava a dívida pública. Um problema sério de dependência financeira, que, no passado mais longínquo, era a dependência da dívida externa, desde 1822, quando da independência política. Se não pagasse, o País ingressava em moratória. Quase três séculos o País veio assim. Porém, desde o advento do Plano Real, em 1994, que o Brasil foi diminuindo sua dívida externa e hoje ela é pequena, menor do que 10% da dívida consolidada, que é hoje basicamente dívida interna. Na história, a luta por superávit...

BOLETIM FOCUS

  18-11-2024 Os dados do relatório de mercado, boletim Focus, trouxeram previsões de uma taxa de inflação, furando o centro da meta mais o viés de alta, somados em 4,5%, sendo a estimativa de 4,64%. Esta é a sétima elevação seguida da mediana das cerca das 100 instituições financeiras consultadas. Para 2025, a mediana da estimativa do IPCA subiu também, de 4,10% para 4,12%. Para 2026, também foi elevada de 3,65% para 3,7%. Quanto à taxa básica de juros, a previsão de 2024 permaneceu a mesma, de 11,75%. Mas, para 2025, foi elevada de 11,5% par 12%. A estimativa do valor do dólar comercial também subiu, de R$5,55 para R$5,60. Já para 2025 se elevou de R$5,48 para R$5,50.   Para 2026, de R$5,40 para R$5,47. Em 2027 é esperado um dólar, se elevando de R$5,40 para R$5,45. A expectativa para o PIB de 2024 ficou inalterada, em 3,1%. Inalterada também de 1,94% em 2024. Para 2026 e 2027 a estimativa permaneceu em 2%. O Ministério da Fazenda divulgou hoje sua previsão deste an...

BNDES PODERÁ CONTRIBUIR PARA SUPERÁVIT

  17-11-2024 Na reunião do G-20 no Rio de Janeiro, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante, afirmou que o BNDES irá contribuir para que o governo federal feche o ano com superávit primário. Isso surpreendeu, visto que até setembro o déficit primário ultrapassava os R$103 bilhões, o déficit primário de outubro não foi ainda divulgado e se tem esperado um grande rombo neste ano, pelo mercado financeiro. Mercadante declarou que no próximo dia 19, último dia do referido encontro, anunciará que o BNDES pagará R$25 bilhões de dividendos, mais R$38 bilhões de tributos, de que devolverá recursos do Tesouro, que ainda estão emprestados ao BNDES, como subsídios e que celebrará com banqueiros contratos de empréstimos para a Instituição, compreendendo um valor extraordinário para que o Brasil obtenha neste ano um déficit primário próximo de zero ou até um superávit. As pressões do mercado financeiro são grandes para o corte de gast...

ENCONTRO DA LIDE BRASIL EM LISBOA

  16-11-2024 Realiza-se em Lisboa, Portugal, a Lide Brasil Conferência, sendo a Lide empresa do ex-governador de São Paulo, João Dória, que tem procurado fazer encontros com grandes líderes empresariais, tendo exposições do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, dentre outros. Para Michel Temer, presidente da República, de 2016 a 2018, a lei do teto de gastos da sua gestão era aplicar a taxa inflacionária do ano anterior, mais 0,5% de correção e mais 2,5% da receita líquida. O objetivo do teto de gastos era de diminuir a dívida líquida do governo central. Portanto, não pagar juros excessivos em relação ao endividamento público. Para ele, o teto era de concreto. Por sua vez, ele criticou a lei do arcabouço fiscal de 2023, visto como um teto de palha, já que tem feito crescer a dívida pública líquida, saindo da casa de 70% do PIB para a casa de 90% do PIB, no final do atual mandato, segundo projeções do mercado...

REACONRAGEM DE EXPECTATIVAS

  15-11-2024 O titular do Banco Central (BC), juntamente com o do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento compõem o Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que se reúne de forma secreta, para decidir a política econômica de curto prazo. No prazo curtíssimo e imediato, o Banco Central tem agido e deve mostrar eficiência. Tendo em vista a percepção de que a inflação está saindo do controle, o BC voltou a justificar uma situação de aperto monetário, que se iniciou na reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) de setembro, com elevação da SELIC de 0,25%, prosseguiu na reunião de novembro com aumento de 0,50%, sugerindo mais uma alta de 0,50% na próxima reunião de dezembro. No entanto, o mercado financeiro já precifica 0,75% e continuidade do ciclo de alta por mais um semestre. O assunto é tão importante que vem sendo chamado de “reacoragem das expectativas” de procurar cumprir o sistema de metas do processo inflacionário, visto que este é fixado pelo CMN. Se n...

INFLAÇÃO DE OUTUBRO, SEGUNDO O IPEA

  14-11-2024 PÁGINA DA VISÃO DA CONJUNTURA ECONÔMICA Convém lembrar que a inflação monetária existe porque é a diferença entre demanda agregada e oferta agregada, sendo a primeira maior do que a segunda, refletindo-se no nível geral de preços do sistema econômico. Se faz bem ou não ao sistema econômico depende do grau. Por exemplo, se for uma inflação muito pequena, abaixo de 2%, ela é benéfica porque evita o entesouramento. Maior do que 2% vai se tornando problemática. De dois dígitos é ruim. Acima de três dígitos é hiperinflação. Em suma, inflação elevada desorganiza o sistema produtivo e deve ser combatida. No Brasil, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), criado em 1967, apresenta estudos que tem servido de subsídios para a política econômica. O mais recente é acerca da inflação de outubro, há poucos dias divulgada pelo IBGE. A constatação geral é de que a inflação brasileira se acelerou em outubro, para quase todas as faixas de renda, na comparação com setemb...

FERROVIA TRANSOCEÂNICA

  13-11-2024 Em plena época da guerra fria entre a superpotências, as economias de cunho socialista diziam que o planejamento econômico era a solução para o desenvolvimento. Em 1961, François Perroux, economista francês, lançou o livro “A Economia do Século XX”, no qual a ideia era de desmitificar o planejamento, visto que nenhum país socialista tinha se tornado desenvolvido. Em 1979, a China começou o seu Capitalismo de Estado. Mesmo assim, não se referindo ao planejamento de longo prazo, e sim, em “pacote econômico”, como está fazendo um agora. Assim, Perroux disse que “O planejamento não planeja o capitalismo. É o capitalismo que planeja o planejamento”.   Ao contrário do que muitos pensavam, o capitalismo não opera de forma desordenada ou sem direção. Pelo contrário, ele possui um planejamento próprio, dirigido por interesses e necessidades dos agentes econômicos que o compõem, especialmente as grandes corporações e o capitalismo financeiro. Ele é moldado pelas prioridad...

POLICIES MAKERS ESTÃO INDECISOS

  12-11-2024 Nos mercados existe um mau humor na conjuntura econômica, visto que o governo federal tem sido voraz nos seus gastos, gerando déficits primários há quase dois anos, o que claramente é inflacionário. Em outras palavras, gastos públicos maiores do que as receitas auferidas, pressionam a demanda agregada, que tem ficado bem maior do que a oferta agregada. Os policies makers (fazedores de política) estão indecisos na solução apresentada, qual seja o corte de gastos, anunciados que fariam há cerca de um mês, mas não fizeram até o momento. A indecisão prejudica as expectativas doa agentes de mercado, de olhos voltados para o futuro. Quando há déficit primário o governo tem que se endividar, para gastar. A taxa de juros está em mais de dois dígitos (11,25%), a inflação em 12 meses, até outubro, situou-se em 4,76%, acima do teto da meta (4,50%) fixado pelo Conselho Monetário Nacional. As instituições financeiras consultadas semanalmente pelo Banco Central têm na sua medi...

HIATO DO PRODUTO

  11-11-2024 Tecnicamente, quando a demanda agregada é maior do que a oferta agregada se tem o hiato do produto (interno bruto). Está acontecendo isto no :Brasil e a diferença está na elevação geral do nível de preços, isto é, na inflação. A demanda agregada é quem puxa a economia. Ela é composta do consumo das famílias, dos investimentos privados e dos gastos do governo. Mais a balança comercial de exportações menos importações. Um dólar alto encarece as importações e é responsável, no caso brasileiro, mediante estudos empíricos, por cerca de 30% da inflação importada. Os outros 70% estão nos gastos do governo, visto que tem déficit primário elevado e, no consumo das famílias, visto que tem sido reduzida a taxa de desemprego e no consumo ampliado. Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central, em entrevista à revista Isto é Dinheiro, desta semana, destacou o forte crescimento econômico superior ao potencial sustentável de longo prazo, trazendo riscos inflacionários d...

SINAIS DE DEBILIDADE E DE PREOCUPAÇÃO

  10-11-2024 A economia brasileira enfrenta uma conjuntura pela qual a equipe econômica se debate e não consegue uma solução para o necessário corte de gastos, visando reduzir o enorme déficit primário, tornando-se muito maior do que o previsto no orçamento federal aprovado, que seria de 0,25%, estimado em R$28 bilhões, mas que já atingiu o mega rombo de janeiro a setembro R$105 bilhões (o governo retarda a divulgação do déficit de outubro), não tendo como reagir as receitas esperadas, visto que a lei que regulamenta a reforma tributária ainda não foi aprovada, ficando tudo como “dantes no quartel de Abrantes”. Convém aqui lembrar que o governo federal tinha no final de 2022 um superávit primário de R$52 bilhões. No final de 2023 o déficit primário voltou e alcançou R$230,5 bilhões, representando 2,12% do PIB. O governo Lula ampliou os chamados programas sociais e aumentou a máquina pública, de 23 para 40 ministérios. A situação em referência se traduz em imensas dificuldades d...

SINCRONIZAÇÃO NO MERCADO MONETÁRIO

  09-11-2024 A sincronização no mercado monetário é condição necessária, mas não suficiente, tanto no mercado doméstico como no mercado internacional. Segundo a equação de Irving Fisher, MV = PY. MV é a esfera monetária, onde M é o vetor das quantidades de moeda; V é o conjunto de suas velocidades respectivas. PY é a esfera real, onde P é o vetor dos diferentes níveis de preços; Y é o vetor dos diferentes níveis de produto (de PIBs). A autoridade monetária que organiza e disciplina o mercado monetário é o Banco Central. Ele, em tese, deixa transparecer para o mundo que a “prima dona” das finanças é a taxa de juros. No entanto, organizar e disciplinar as finanças exige muito mais, qual seja, estabelecer normas, regras, quantidade de moeda, encaixes e ver as velocidades nas quais se exercem os meios de pagamento, na linguagem técnica M1, M2, M3 e M4, que são os meios de pagamento quanto aos prazos: curtíssimo prazo, curto prazo, médio prazo e longo prazo, respectivamente, dentro ...

REAÇÕES QUANTO AO AUMENTO DA SELIC

  08-11-2024 CONJUNTURA ECONÔMICA IMEDIATA O setor financeiro nada tem a reclamar da elevação da taxa básica de juros, da Selic, visto que as taxas dos seus empréstimos têm a SELIC como referência de patamar mínimo de cobrança de juros. Logo, quanto maior, melhor para a área financeira. Contudo, o setor financeiro tem se cercado de garantias, desde o fundo garantidor de crédito, quanto de alienação fiduciária, hipoteca, aval, fiança individual, fiança de empresa, fiança bancária, depósito de produtos em armazéns gerais, de safras agrícolas, dentre outras garantias. Difícil o sistema financeiro perder, mas há sempre créditos em liquidação e prejuízos do sistema bancário. Os rentistas também ficaram alegres, visto que a nova SELIC cobre a inflação e ainda proporciona um ganho real médio superior a 6% ao ano, depois do imposto de renda, para aquelas aplicações financeiras que o pagam e são muitas. O setor produtivo tem tudo para reclamar. Juros altos encarecem os preços dos pr...

ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA

  07-11-2024 Uma das maiores preocupações da Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo é com a situação de endividamento e inadimplência, pelo que realiza pesquisa mensal de forma continua, intitulada de Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência, isto porque elevados graus delas dificultam as vendas e retardam o progresso. Por outro lado, encarecem as dívidas e seguram as famílias em situação de atrasos em seus débitos. Não seria uma situação, portanto, desejável e que deveria ser prolongada. De agosto de 2022 e agosto de 2023, a taxa básica de juros, a taxa SELIC fora a mais alta desta década, de 13,75% ao ano. Por sua vez, a inadimplência dos consumidores, por atraso no pagamento de dívidas, por mais de um mês teve o pico no período, de 29,7%, nesta década. No entanto, começou, naquela oportunidade, na reunião seguinte, o ciclo de baixa, que durou cerca de um ano, depois, ficando constante em 10,50% por três reuniões do Banco Central, retornando ao ciclo de a...

HOJE DEFINIÇÃO DA TAXA BÁSICA DE JUROS

  06-11-2024 O COTIDIANO PREVISÍVEL O cotidiano previsível ocorre quase sempre nas reuniões de política monetária, quando o Banco Central (BC) realiza cenários com estatísticas do seu departamento próprio. Há muito tempo que o colegiado do BC segue a sinalização das medianas das taxas de juros futuras estimadas pelas principais instituições financeiras brasileiras, isto porque têm elas equipes de acompanhamento da conjuntura econômica há muitos anos. A cada 45 dias se reúne no Brasil o Comitê de Política Monetária do Banco Central, com a finalidade de avaliação do cenário econômico doméstico, sem deixar de levar em consideração também o cenário da economia internacional. Não sem motivo, há uma coincidência da reunião referida no Brasil com a data da reunião do Federal Reserve (FED, como é simplesmente chamado o banco central dos “bancos estaduais” de lá, visto que cada estado americano parece ter um “banco central”, mas eles se aliam nas definições de política monetária). Com...

RÉCORDE NA VENDAS DE VEÍCULOS

  05-11-2024 PÁGINA DA CONJUNTURA ECONÔMICA O recorde na venda de veículos automotores é uma notícia que, de certa forma, está indicando que o crescimento deste ano será bom, talvez maior do que os 3,0%, ora previsto pelo mercador financeiro. O governo federal acredita que crescerá 3,2%. O presidente Lula já declarou esperar 3,5% de incremento do PIB de 2024. Isto porque a produção das montadoras de veículos são carros-chefes da produção nacional. Os veículos automotores se compõem de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Por seu turno, a Federação Nacional Brasileira de Veículos (Fenabrave), que é a entidade, que representa as concessionárias de veículos, divulgou que o mês de outubro registrou o maior incremento de vendas de veículos automotores em uma década.   Foram vendidas quase 265 mil unidades. Trata-se de um crescimento de 21,7%, em relação ao mesmo mês do ano de 2023. Por sua vez os emplacamentos de carros da espécie tiveram um crescimento d...

MERCADO FINANCEIRO ELEVA PROJEÇÕES DA SELIC

  04-11-2024 O relatório de mercado do boletim Focus, divulgado hoje, trouxe previsões para cima da taxa básica de juros, a SELIC, estimada em 11,75% para o final de 2024. Nos finais de 2025, para 11,25%; para 2026, 9,75% e para 2027 de 9,25%. Quanto a mediana para o final de 2024 se manteve em 11,75%, visto que os economistas consultados acreditam que haverá uma elevação de 0,5%, na reunião desta semana e outra alta da SELIC de 0,5% em dezembro. Antes, na reunião de 18 de setembro houve elevação de 0,25%. Por seu turno, a mediana de mercado para a inflação deste ano subiu pela quinta vez, agora está em 4,59%. Para 2025, a mediana da inflação ficou projetada em 4,03%. Para 2026, estimada em 3,61%. Para 2027, permaneceu inalterada em 3,50%, Há 70 semanas. Em relação ao incremento do PIB, em 2024, é esperado 3,10%. Par 2025, a estimativa do PIB se manteve em 1,93%, estável há quatro semanas. O crescimento econômico para 2026 e 2027 ficou inalterado em 2% para cada ano. Quanto...

MAIORES ECONOMIAS SEGUNDO O FMI

  02-11-2024 O Produto Interno Bruto é tudo aquilo que é produzido no País e que não é revendido durante um ano. Na contabilidade nacional o produto é a utilização final, não sendo contabilizada a utilização intermediária, que sãos insumos. O Brasil está em décimo lugar, em PIB, segundo o FMI. No ano passado estava em 9º. Entre 2010 e 2014, o Brasil era a sétima economia global. Em 2020, saiu da relação dos dez mais endinheirados. Em 2022, ficou na 11ª posição. Estados Unidos, PIB de US$29,17 trilhões. China, PIB de US$18,27 trilhões. Alemanha, PIB de US$4,71 trilhões. Japão, PIB de US$4,07 trilhões. Índia, PIB de US$3,89 trilhões. Reino Unido, PIB de US$3,59 trilhões. França, PIB de US$3,17 trilhões. Itália, PIB de US$2,38 trilhões. Canadá, PIB de US$2,21 trilhões. Brasil, PIB de US$2,19 trilhões. O Brasil tem a quinta população mundial e o quinto território.        

PEC DA REVISÃO DE GASTOS

  01-11-2024 PÁGINA DA CONJUNTURA ECONÔMICA Agora, em novembro, o governo federal afirma que enviará uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de revisão dos gastos públicos. O assunto poderia ser emergencial, mas, muito provavelmente será votado no Congresso Nacional em 2025, devido ao pouco tempo legislativo, que resta, mas, com medidas para vigorar em 2026, conforme declarou a Ministra do Planejamento, Simone Tebet. Ela, ainda, referiu-se a que primeiro será uma medida provisória de dois “pacotes” de medidas estruturais. Por seu turno, o Ministro da Casa Civil, Ruy Costa, declarou que o presidente da República irá fazer ajustes, no anteprojeto, vindos daquela Casa, para enquadrar despesas dentro das regras fiscais. Por sua vez, Fernando Haddad afirmou que há convergência entre os três ministérios referidos, pra edição de medidas fiscais. Na verdade, o presidente Lula e seus assessores, não querem cortar gastos públicos. Pelo contrário, gostariam de ampliá-los, se pudesse...